sexta-feira, 5 de maio de 2023

Débutante



Ah! Esta semana meu blog está vivenciando seu momento "debutante", entre inda e vindas ainda vive desde dois de maio de 2008, após meu primeiro desgosto! Debutante, do francês débutante, significa estreante, iniciante. Mas no Brasil, Debutante nada mais é do que uma criança se tornando adolescente, iniciando uma nova fase em sua vida.

Acho que já iniciei e terminei várias fases da vida e esta que se inicia, sinto isso, parece ser uma mais decisiva, uma fase de escolhas para que se tornem definitivas. Deixo de viver o que quero viver a cada minuto, de forma diferente e entro para um momento de escolhas nao mais tão maleáveis como para um adolescente.

Deixo meu apreço pelo momento e, se tivesse lembrado antes, teria contado uma das minhas histórias mais especiais para o momento, mas como a cabeça não anda muito bem, perdoem-me!

domingo, 23 de abril de 2023

Um Amigo de Fortes Virtudes


Não me pergunte “o porquê” e nem como isto ocorreu, mas recentemente lembrei de um antigo amigo. O ano era 1998, tínhamos 14 anos de idade. Não lembro ao certo como, mas rapidamente ELE fez parte da minha vida. “ELE” era um rapaz bonito, cabelos loiros levemente cacheados, olhos verdes, boca vermelha e corpo bem desenvolvido para sua idade, diferente de mim, na puberdade confusa... Tinha uma personalidade forte, agressiva aos olhos externos, mas comigo era um indivíduo extremamente atencioso, carinhoso, zelava pela minha segurança e era companheiro para todas as horas.... acho que posso arriscar e afirmar que éramos o “porto seguro” um do outro.

Eu, na época, era um menino magro e mais frágil que os outros da rua, não era afeminado, mas frágil mesmo, emocionalmente abalado por adversidades que a mim afetavam naquele ano. ELE sempre estava muito perto, todos os dias depois da aula, depois das férias de verão que passava em outra cidade, depois da missa/culto, depois do almoço, enfim, estávamos próximos, juntos para compartilhar nossas vidas que, de uma forma ou de outra, julgávamos complexas e nos fazia unidos. A mãe dele era muito rígida, muito complicada e de uma religião que julgava e recriminava o mundo e ELE, sempre muito inconsequente. Eu, entrando e saindo de consultórios de psicólogos por ser taxado como uma criança agitada/desenfreada, pais tranquilos, mas o mundo complexo demais para a mentalidade de uma criança que nasceu e viveu com o acidente de Chenobyl, Guerra Fria e Guerra do Golfo na tela da TV e seu avô discutindo as questões políticas que envolviam estes entraves e suas futuras consequências, sempre negativas. Haja cabeça para uma criança!

 

Eu sabia muito bem qual era a minha predileção sexual, mas me mantinha calado, pois se a fragilidade já me prejudicava na vida, quem dirá assumir minha sexualidade naquele tempo! Nunca comentamos sobre o assunto, mas por diversas vezes nos víamos em situações complicadas um com o outro, que colocava em check a nossa relação de amigos. Mas como qualquer criança, sem entender muito, “pulávamos” rapidamente estes momentos como se fosse uma música estranha que passava por nossas cabeças e precisava ser esquecida. Hoje entendo cada clima que tivemos e a maturidade para lidar com a situação naquele momento, as loucuras, as aventuras e desventuras em campos minados... Cítrica infância...

 

Mas queria mesmo compartilhar um fato íntimo nosso, um momento que eu posso realmente relatar sem qualquer desconforto.

 

Certa vez estávamos no quarto de um hotel, onde ELE se hospedou, fugindo da sua mãe (ele se passava por um adolescente de 18 anos tranquilamente e conseguiu essa façanha!) e simplesmente ele sentiu uma súbita vontade de tomar banho de banheira, me convidou, mas logo recusei, principalmente por nunca ter ficado nu na frente de um amigo (isso estava na minha cabeça, mas fato é que já tinha ficado sim e com ELE mesmo). Sabendo que eu não iria embora, ele foi para o banheiro e me chamou:

 

- Hey, Mister Thinker! Tudo bem se você não quiser tomar banho de banheira comigo, mas me acompanhe, vamos conversar!

 

Continuei próximo, enquanto via o meu melhor amigo se despir, tirou a blusa e mostrou seu forte peitoral cravado em sua pele clara, tirou o short e ali estavam seus lindos pelos loiros em seus membros inferiores e o auge foi quando tirou a roupa íntima, confesso que não disfarcei. Ali percebi o quanto eu me sentia atraído e hipnotizado por ele que, por sua vez, falava e exibia suas qualidades físicas sem pudor e eu simplesmente prestava atenção nELE, não no que ele dizia, me senti seduzido! Até que ele se atenta:

 

- Mister Thinker, eu estou aqui, olhe para cima e me veja! Está me escutando?

 

Confesso ter ficado estarrecidos quando percebi que ele havia notado que eu estava olhando para suas partes íntimas, mas não escondi dele uma verdade, assustado falei:

 

– Desculpe, mas nunca havia visto um cara pelado assim! (Mentira! Já o vi pelado antes e no mesmo contexto de sedução!)

 

Embora ele soubesse que não era a primeira vez que eu o via nu, optou por expor seu sorriso e reafirmar:


- Ok, mas eu estou aqui (apontou para o seu rosto).

 

Lembro exatamente de ter fechado os olhos e da sensação do meu rosto arder de tanta vergonha, fingir a concentração em seu rosto e a cabeça estar em outro mundo. Não era a primeira vez que passávamos por esta situação, mas a condução sempre era esta, de ignorarmos o fato de que tínhamos atracão um pelo outro e seguirmos nossa amizade.

 

Alguns dias depois, por minha culpa, não éramos mais amigos, na verdade, desaparecemos um da vida do outro, uma abrupta interrupção da nossa relação, por eu não ter sido leal a ele.  Não sabia o que era lealdade e pagaria por isto, ao mesmo tempo que fortaleceria esta virtude que marca hoje todas as searas da minha vida.

 

Como disse lá no começo, não sei o que desencadeou esta lembrança que não recordava há pelo menos 30 anos. Loucura? Saudosismo? Indiferente... Duas coisas me pergunto hoje, mas sem arrependimentos: Será que deveríamos ter dado este importante passo e assumíssemos nossos interesses um pelo outro? Se tivéssemos feito isto, algo em nossas vidas teria mudado?

 

Sem saber a resposta, apenas guardo seu sorriso e suas fortes virtudes de um menino que já era homem e não sabia, mas que teria grandes chances de entrar em enrascadas se não tivesse seu “porto seguro”.


Dream a Little Dream of Me

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

E Como Estão as Coisas Hoje?


E como um grande curioso, gostaria de entender os relacionamentos de hoje em dia. A fim de compreender a tal ferramenta Omegle, acessei e fiquei reflexivo logo após. Ali buscava conversar um pouco, praticar meu pobre russo que, mesmo após anos, ainda me faz passar vergonha.

Nesta ferramenta, que se trata de um bate papo sem compromisso, por vídeo online, é possível se conectar às pessoas do mundo todo e ter uma suposta conversa descente. Mas fiquei pensando....  Antigamente, na minha época, usava-se o chat Uol (conversa digitada), onde chamávamos as pessoas que tínhamos afinidade para o messenger e por la, se achássemos conveniente, acionávamos a câmera para uma conversa sincera, já que as palavras podem dizer muito além do que realmente somos - e como! – e o imaginário também. Pelo menos eu, dali, continuava o papo por algumas semanas até sentir segurança para encontrar alguém.

 

Hoje em dia está mais fácil, abra o celular, ligue seu aplicativo de relacionamento, filtre por pessoas próximas a você e basta escolher. O mais engraçado que observei, é que o aplicativo lhe fornece todas as informações convenientes para um encontro casual, desde o método sexual usado pelo indivíduo (ativo ou passivo) até o último exame de Aids/HIV. Achando o perfil e dando o tal meet, voilà! Basta marcar o encontro, fazer rolar algo superficial e seguir adiante.

 

Sempre me questionei e ainda questiono este tipo de atitude/relação. Seria conveniente e mais simples buscarmos por este tipo de relacionamento conveniente ao momento? E como anda a garotada de hoje em dia? Será que conseguem manter uma boa sanidade mental desta forma, onde as pessoas entram e saem de seu templo sem ao menos conhecer a procedência deles? Quando falo templo, digo o corpo que emana e troca energia...

 

Sou "antigo", não antigo no sentido literal, mas mais maduro para afirmar ter vivido outros momentos em que as relações eram pautadas em sentimentos e duravam mais que uma temporada do antigo e falecido seriado “Lost”. Hoje – tadinho! – meu primo pula de relações semanalmente, sempre apresentando um novo companheiro que acabamos por fazer aposta do quanto tempo eles ficarão juntos. Justo e sincero com ele não é, mas se as relações estão rasas e práticas, muito tempo não durarão, pois, relacionamento é totalmente o contrário dos dois adjetivos anteriormente citados. Mas e ai? Como será nosso futuro? Eu, se terminar meu relacionamento, acho que não terei folego para esta galera nova no mundo e acabarei sozinho, mas bem, por me preservar, já que carrego comigo uma certa ingenuidade quanto a relacionamentos e vida conjugal.


Someone to Watch Over Me

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Buscando Por Adaptação


Envelhecer dá medo! Não posso deixar de começar este post com esta frase – “Post”... Se é que é chamado disto hoje em dia...

Não tenho medo de morrer, mas o envelhecer pode ser bem complicado! Vamos aos principais pontos:

 

Primeiro: infelizmente o meio digital está aí para fazer as grotescas comparações de como você era e como você está e isto, além de repugnante, é desrespeitoso! Zombam das pessoas sem o menor pudor e por algo que não podem fazer muito (complexa gravidade, para não afrontá-la)... Hoje é possível escutar os sons de quem já esteve nesta terra e não está mais, aí o negócio fica mais estranho. Hoje isto é normal, mas nasci em um tempo em que não víamos isto com tanta frequência, pois, a globalização ainda não havia atingido o atual patamar.

 

Segundo: a geração a seguir a minha se acha mais esperta e somos subestimados e questionados frente ao que falamos, mesmo quando temos certeza da verdade, baseada em dados e fatos... Além disto, são realmente conflitantes, prepotentes e rasos, triviais, de relacionamento supérfluo e a obsolescência das coisas, na visão deles, é algo bem mais breve que para minha geração...

 

Terceiro: a velhice traz a inseguranças sim! Não adianta ter dinheiro, fama e estabilidade. Fato é que você realmente envelhece e nunca terá a mesma aparência que antes. Relacionamentos entre pessoas idosas ou mais velhas acontecem realmente? Hoje vemos tanta gente mais velha com meninos/meninas novas, com discrepância de mais de 20 anos entre suas datas de nascimento. Interesse ou amor real?

 

Quarto: quanto mais velho vai ficando, mais pessoas ao seu redor, as quais você conhecia, morrem! Meu deus! Como isso é ruim! Não tenho tantos conhecidos próximos que faleceram, mas todos os dias que eu ligo a TV, que não são muitos, vejo a notícia de falecimento um ícone da minha geração ou que influenciou minha geração. Ou seja, vejo o declinar de uma geração e a ascensão de outra, uma vez que nossas referências começam a serem perdidas e a ascensão da trivialidade, mentida, fingimento e de valores completamente deturpados se ascende.

 

Não estou em desespero, não estou morrendo, não tenho 40 anos ainda (bem próximo), mas angustiado em entender como será este declínio de vida, já que estou bem próximo ao ápice de vida e, a seguir, em declínio.

 

Confesso que tenho ficado mais próximo ao álcool (risos), as leituras estão cada vez mais veementes, a busca por entender este mundo tecnológico está acirrada e frustrada, o relacional humano está incompreensível (na verdade compreensível, mas inaceitável) ... Não sendo meu perfil, mas sinto a necessidade de parar e não mais compreender este monte de acontecimentos, pois, chega um momento em que transcendemos o nosso estado natural e entramos em um sofrimento que, se não estancado, poderá levar a consequências maiores.

 

- Hey Mister Thinker! Vai um "tarja preta” ai?

 

- Não. Conflituoso sempre fui, faz parte do meu cerne. Querer me cegar é que é um grande problema, mas não acho que resolverá com isso.


Closing Times

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Um Breve Balanço Sobre a Vida Contemporânea

734 Sad Man Sitting In Sunset Stock Photos, Pictures & Royalty-Free Images  - iStock


Com a cabeça vazia, sem muito o que pensar na estrada, em plena chuva torrencial, dirigindo, sem pensar nos riscos, mas nos vividos e rimos da vida, lembrei desta minha “âncora” chamada Blog. Não estou velho, mas não sou mais jovem como em 2008, quando escrevi meu primeiro post (se é que chamam desta forma hoje...). Amadureci, cresci e vivo momentos, retratos, filmes da vida como ela e, às vezes, como ela deve ser. 

Profissionalmente adquiri sete títulos de especialização, um mestrado e um doutorado. Trabalhei desde empresas pé rapadas na beira da boca da favela, até uma das mais conceituadas do Brasil. Eduquei alunos como docente, influenciei pessoas como ser humano e acabei por sucumbir de um sonho que acordei de forma abrupta, mediante a maldade humana (Nada fora do normal na atualidade), mas que me impressiona a cada segundo, onde vemos que as pessoas são capazes de absolutamente tudo, unicamente pelos seus interesses... Mas como um ser humano evoluído e próspero, o cair não fez de mim um paraplégico. Assim, levantei, me limpei e dei um grande salto que nunca imaginei alcançar tão alto como hoje, como empresário.

 

- Nossa Mister Thinker! Há quase dois anos sem vir aqui e, quando aparece, traz estas notícias?!

 

Desde quando este blog foi sobre boas notícias? Sempre foi um ensejo para relatar inquietações e problemas que, às vezes não conseguia falar muito com meus amigos, até mesmo para não parecer chato, ou seja: ser como às vezes nós na vida devemos ser, pessoas sem lamúria excessiva, pouco saudosistas, bochechas rosadas, levemente emagrecidas as mulheres e homens esportivamente aparentes e malhados, sem grandes barrigas e o peitoral sempre firme e empinado anteriormente para impor a postura de seu gênero..... (risos). Hoje isto “caiu por terra”, não é verdade? Pena que, muitas vezes, ainda temos a percepção da mesmice de que vivemos a décadas atrás, diferentes da sofrida, cansativa, presunçosa e presente década com sua estranha geração.

 

Em meio a esta louca década, vivi experiências que nunca havia imaginado, alcancei objetivos nunca planejados, conheci boa parte da Europa, adquiri minha independência financeira, aprendi a falar russo, vi colegas morrerem, surtarem e alguns ficarem estagnados na inércia deste grande caos organizado meticulosamente para sacanear os “sãos” de mente. Acreditam que o Marcelino Troca Tapa, surtou, ficou internado em um Hospital Psiquiátrico e hoje, depois de anos, está em casa, com um câncer agressivo, alucinado e com a aparência completamente diferente de quando o conheci? (A gravidade é cruel e pessoas conseguem ser pior ainda.... Eu quem sei o que ele passou estes anos, depois de seu relato a mim). Acreditam que o Husky Siberiano hoje é pastor e está pregando hipocritamente, em uma Igreja fervorosa e rígida, sobre sua opinião contrária a homossexualidade? “Mal eles sabem que ele continua o mesmo”, dizem os ventos sinceros que refrescam nossa cabeça e atiçam nossas memórias para lembrarem da vida já vivida, uma vez que eles são eternos e viajam ao redor da terra, e na mesmice voltam e acabam por nos fazer captar o que já viram e o que vivemos (penso em um círculo vicioso).

 

- Mister Thinker, como foi o COVID-19? Quem diria que esta praga se alastraria pelo mundo, hein?

 

Aconteceu e ainda acontece, mesmo que o estado de emergência em saúde pública tenha sido suspenso, se não me falhe a memória, em abril de 2022... A saudade de uma vida livre é o ápice que tenho cravado em minha memória, mesmo que tudo tenha se atenuado, ainda sim, toda esta situação nos arrastou, nos obrigou a seguir um caminho o qual, em teoria, não estávamos preparados, muitas coisas fecharam, serviços sucumbiram e a sociedade vai levar o mártir pelo resto da vida. Amores foram perdidos, familiares afastados, rotinas quebradas, desespero instalado, mas, entre mortos e feridos, sim, vários morreram e vamos sentir falta (saudosismo patológico?)!

 

Acho que a vida não é mais tão leve como era não. Volto ao meu momento mais alegre da vida, o final da adolescência e início da jovialidade adulta. Tudo tão menos complicado, a fala era algo natural que saía de sua boca e, muitas vezes, era levada pelo vento e não acrescida de opiniões, muitas vezes perniciosas. A globalização estava em um ritmo ainda “lento”, se comparado aos dias de hoje. Não sabíamos imediatamente o que ocorria no mundo e nossas mentes ainda estavam condicionadas a pensar de uma forma menos pesada. Hoje se você fala algo sem pensar, é apedrejado, “cancelado” (é assim mesmo que se diz?) repudiado (Claro, existem pessoas sim que falam asneiras, mas tem algumas que são extremamente doloridas e não faz sentido as ênfases e “dolorimentos”). Antes era um herói, em questão de 10 minutos vira o monstro.... Falando neste assunto, não vou entrar aqui no mérito dos aplicativos de vídeo que deixam a cabeça indolente e trouxeram atitudes humanas grotescas e que subestimam a capacidade do homo sapiens. Será que para ficar milionário terei que fazer as “dancinhas” para, quem sabe, “viralizar”? Meu Deus.... a inteligência está sendo substituída por atos obtusos, pois, o indivíduo está com tanta preguiça de pensar que o “rir” vale mais que ter a evolução científica...

 

Estes fatos desanimam quem reflete sobre a existência humana. Lembro que antigamente morria de medo de morrer, o mundo ser atingido por meteoros, ser invadido por seres extraterrestes ou até mesmo Deus irromper a terra por entre as nuvens, tocar as trombetas que anunciariam os últimos dias. Deus sabe o quanto eu temia assistir o programa “Fantástico” aos domingos receando notícias ruins, quem sabe catastróficas... Hoje isto mudou, de tanta barbárie, intolerância, perda de valores, dentre outros, quase nada me abala. Acho que se o fim do mundo fosse amanhã, com direito ao Doomsday, onde abriria as portas do céu e inferno, não me surpreenderia. Não seria um alívio, mas também não seria algo medonho em quem eu recorreria até o último fio de esperança para sobrevivência...

 

- Muita sinceridade, Mister Thinker? Seco e chato, mas sincero...Achei que viria aqui e lamentaria mais um relacionamento ou que contaria uma série perniciosa que poderia inspirar um seriado safado que seria assistido por milhões de pessoas.

 

Desde para a terra, a vida não é assim....Venho trazer as minhas verdades, como um indivíduo a ser continuamente preenchido por ladrilhos (mosaico), me moldando de acordo com o que tenho por dentro (idiossincrasia) e o que me convém por fora. Realidade seja dita, a vida pode ser classificada como boa, mas ainda sinto que o crescer e amadurecer dói e, as vezes, nos deixa sem palavras, ao lembrarmos de momentos tão menos responsáveis e inconsequente que vivemos e que hoje, não teríamos coragem de repetir, acredito que uma boa parcela dos adultos em sã consciência...


Angels or Devils

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Seguindo o Fluxo da Vida

O que me faz voltar aqui hoje? Poderia fazer um story no Instagram, Facebook, no ridículo TikTok e outras mídias sociais adjacentes...

Mas não, o formal e previsível ser humano decide voltar aqui e por aqui continuar a verborragia infinita, mas hoje com um olhar diferente, acho. Passaram-se alguns anos desde a minha última visita. De repente, ontem, em um momento saudoso de minha vida resolvi ver o que tinha aqui ainda, o que restava de meu passado, muitas vezes nem mais lembrado.

Restou o resto, o que um dia me preencheu e que me construiu como pessoa, peças de um mosaico, fragmentos que tornaram-se caráter, gostos e decisões.

Várias de meus personagens aqui mencionados dissiparam-se de minha vida a ponto de não lembrar de quase nenhum, mesmo em um momento em que a vida me faz lembrar das escolhas que fiz...

Sabe, a vida adulta me faz fortalecer a necessidade de andar para frente e olhar menos para trás, porque o tempo perdido martirizando coisas que não deram certo me faz perder o resto do tempo de vida que tenho. Não que eu esteja com uma doença terminal e comece a seguir aquele praxe de valorizar a vida e viver mais pequenos momentos, mas sei que daqui a alguns anos começo a declinar, a descer a rampa da vida, seja para o inferno ou não.... (risos)

Então, de que vale a reflexão, saudosismo e arrependimento de não ter feito algo ou refletir o motivo pelo qual aquilo deu errado? Acho sim que devemos ter este pensamento, mas em uma intensidade bem menor, diferente da que eu tinha. Perdi tempo, gastei sentimento, envelheci, deixei de aproveitar momentos, perdi pessoas e várias coisas.

Tenho buscado olhar adiante, vivendo sim cada momento, cada cena com o devido valor. SIM! Tenho minhas dores do passado, somos feitos de amor e dor também! Tenho saudade de histórias que vivi, mas hoje vejo que elas serão apenas lembranças e que não irão retornar com a mesma sensação. Estamos todos mudados, sentimentos abalados, outros objetivos e caminhos de vida. Valeu a pena sim cada encontro com cada uma das pessoas que passaram por minha vida, mesmo que tenha sido péssimo, mas valeu. Agora, de cabeça erguida, polida, sincera e levemente grisalha, sigo adiante sem tempo a perder.

This is My Lie

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Um Grande Balde D'água



Não adianta tentar esquecer o que não pode ser esquecido, está cravado em mim a vontade de ser saudosista! Não adianta tentar fazer eu esquecer dos tempos, cada um em sua camada e espessura peculiar, singelo como um leve sopro no ouvido ou um furacão que leva as roupas do seu varal para um estranho que vai encontra-la a quilômetros de distância.

Este saudosismo parece um botão acionado pelos meus sentidos, que imediatamente remetem a imagens e sentimentos que me dão gosto de ter vivido os momentos que vivi na vida! Não que eu esteja morrendo e refletindo sobre o bom da vida! Nunca! Embora nascer seja sinônimo de morrer (pelo menos para mim), estou bem! O problema é a saudade, e não adianta, ela aparece do nada, e como um pomposo lutador de MMA, acerta bem na sua cara e te deixa estarrecido no chão, tentando se recuperar daquele golpe que, não necessariamente, foi justo. É algo que existe apenas como sentimento e não deve ser tida como esperança, pois a realidade vivida nunca mais voltará! Aquela sensação de liberdade, aquele sentimento de poder e a irresponsabilidade a flor da pele, dificilmente retornarão. Os momentos de um colo amigo, de segurança, de tranquilidade naquelas grandes épocas gostosas da vida, não serão os mesmos. Trata-se, na verdade, de um grande balde d'água generosamente gelado, que arrepia a pele e descola a alma do corpo por uma fração de segundos...

Acho que isto se trata do que eu e a Lesada.com conversamos alguns meses atrás. Na adolescência e jovem adulto, vivemos intensamente, com muitas novidades em um curto espaço de tempo. Será que eu estou sentindo falta disto? Algo mais espontâneo e frequentemente modificado? Novidades cansativamente contínuas e uma vida muito louca de noitadas regadas a bebida e muita risada?

Eis a questão, acredito eu, que será resolvida na crise dos 40 anos...