domingo, 26 de outubro de 2008

Um Maldito Carinha


Ontem quebrei o meu jejum de saída, fui a um bar GLS com uma amiga que aqui chamarei de Afrodite. Nos divertimos bastante, entre palavras engraçadas e algumas dolorosas levamos o final da tarde e o início da noite rindo bastante. Ganhei uma bebida de graça lá, é... Uma garçonete disse que mandaram me oferecer, era o Refrigereco do Tio (Sukita), aceitei de bom agrado, sem saber quem me ofereceu. Não demorou muito e fomos para casa, pois bebemos muito Gin Tônico e estávamos um pouco além (a propósito, está é minha bebida predileta, o GIN, pode ser com suco, refrigerante, no sorvete, na comida, em qualquer lugar, não importa onde, ainda sim é o meu Gin).

Bom, em relação a ficar, beijar, coisas do tipo, ontem não quis ninguém, estava mais para conversa, além do mais (o maior motivo de todos) não quero me precipitar em relação a isso, porque como sabemos, eu tenho aquele defeito piquinininho de me apaixonar muito fácil pelos outros, então, evitemos problemas. Hoje completa, portanto, um mês e vinte dias sem nada, nem um beijo, nem um “encostar de mãos”, sem uma carícia, nada, absolutamente N-A-D-A, é como se eu estivesse em uma bolha de ar a prova de... a prova de “sei lá”, a prova de alguma coisa.

Ainda não terminei! Hoje pensei em falar o contrário de sempre, acho que eu sou obrigado a contar alguma peripécia que aprontei com algum maldito carinha. Todos sabemos que não somos santos, nem anjos ou figuras divinas que refletem pureza, portanto, somos humanos. Erramos!

O Índio foi um cara que conheci há alguns anos atrás, ele era um ano mais velho que eu, forte, bonito, bom vocabulário, porém muito pegajoso. Nos conhecemos pela maldita internet, Jesus, se eu pudesse explodir todos os provedores de salas de bate-papo o faria com vontade. No dia mesmo nos encontramos. Porque da pressa? Minha mãe havia viajado, estávamos eu e um amigo meu sedentos por diversão e emaranhados por álcool (imagine então o meu “nickname” na sala de bate-papo). Além do mais, meu amigo já estava com a companhia garantida assim que o crepúsculo acontecesse, portanto, eu teria que ser rápido caso não quisesse ficar o resto da noite sozinho, no escuro.

Pois bem, ficamos juntos neste dia e no dia seguinte, às sete da manhã, meu amigo o convidou a ir embora, pois, nosso acordo era de que passaríamos o dia sozinhos e a noite, quem sabe, com alguém. Peço até hoje perdão para Deus por isso, sério mesmo!

Continuamos a nos falar durante a semana seguinte e nos encontramos um dia não muito longe do que nos conhecemos, mas sabe? Ele não era o cara que eu queria para um relacionamento duradouro, não sei, simplesmente não havia empatia por minha parte, achava ele sem.... Não sei, simplesmente não gostava dele, mas por sua insistência, resolvi dar uma chance que acabou em aborrecimento. Eu não suportava seu toque, era como uma lixa tentando polir minha pele, seu beijo parecia ácido, corroendo toda minha boca, sua voz tinha o som de um papagaio chato e aborrecido por uma criança que o cutucava-o com uma vareta, assim comecei a tomar antipatia dele, até que simplesmente o ignorei, não tinha coragem de falar perante seus olhos que não o queria, e ele acabou entendendo tudo da mesma forma que eu um dia viria a entender quando o Marlon e o Dublador passassem por minha vida.

Assim que terminamos, tive notícias de que o Índio espreitava e circulava pela casa do Cantor de Ópera. Mundo miseravelmente pequeno...



sábado, 18 de outubro de 2008

Brainstorm


Esta noite dormi fora de casa. Não! Não dormi com ninguém! Estava de plantão. Talvez este tenha sido um dos piores que dei até hoje, pois, discuti muito com o pessoal de lá... foi muito difícil. Cheguei em casa arrasado, dormi, acordei e resolvi sair, dar uma volta e ver se meu mal humor e os pensamentos hediondos saiam de minha cabeça. Claro, fui para a lagoa ver se o Sol me animava um pouco. Andei cerca de 12 km escutando Flowers In The Window, Let Me Out, Lullaby for Tony, Wicked Little Town, Elephant Woman, Blonde on blonde, dentre outras diversas músicas que minha “caixinha de fósforo” portava. Só que não estava adiantando muito não! Cada vez eu ia ficando mais irritado e pensando no que acontecera ontem... apressei o passo. Pensei na “Morte da Bezerra, “Que a casa caiu”... mas não adiantou muito. Cantei, conversei sozinho e nada daquele maldito sentimento sumir, assim, lamentei muito e me confirmei com a situação.

Indo embora passei novamente pelo museu e uma coisa me intrigou muito, haviam 13 noivas disputando um território de mais ou menos 100 metros (mas a parte bonita do local não passava de uns 20 a 30 m), assim, parei, coloquei meu óculos (que verdade somente fica pendurado na minha blusa aguardando momentos importantes para eu focalizar algo de longe) e vi que ambas eram retratadas e filmadas compulsivamente por alguém terceirizado atrás da máquina. Eram diversas poses, dentre elas fazendo “biquinho”, sentada, deitada, rolando (verdade!!!), só faltou fazendo piruetas e estrela. Percebi também que uma olhava a outra com expressão bastante agressiva, também já era de se esperar, disputando um espaço de um metro cada uma! Não via a hora delas se “embolarem” e juntas numa cor só, branca, iniciarem uma admirável e gloriosa briga histórica.

Mas, ansioso para continuar minha caminhada rumo ao bom humor, reiniciei os passos... Uma gota de chuva caiu sobre mim, quando olhei para trás, não havia um pôr-do-sol e sim um emaranhado de nuvens absurdamente escuras vindo atrás de mim, alertando quanto a uma possível chuva torrencial, apertei mais ainda o passo enquanto gotas de chuva caiam impiedosamente e às 18:00 horas cheguei em casa aliviado por não ter pegado o temporal que acabara de iniciar ali fora.

Obs.: Rafa, fico satisfeito em saber que gostou dos filmes (Quanto ao filme "For a lost Soldier", acho que não deram tanto ênfase devido à idade do ator, 12 ou 13 anos. Penso que seria muito "pesado" para época se acontecesse algo mais). Geralmente entro na internet, procuro sites que contenham sinopses e vou lendo uma por uma até achar alguma coisa atrativa. A cada dez atrativas, apenas uma chega a atingir o meu gosto. Abraços.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O Cantor de Ópera Que Tocava Piano


Coincidência ou não, na segunda-feira passada, logo após a minha postagem, eu assisti um pôr-do-sol igual ao que há muito não via, lindo mesmo. Era amarelo com nuvens gigantescas reluzentes, aos poucos quando se afastavam do sol se tornavam vermelhas intensas, logo ao lado destas surgiam nuvens cinza escuras irritadas anunciando que a pouco um forte dilúvio aconteceria e numa linha horizontal de um lado a outro da cidade o reflexo do sol ainda era amarelo forte, colocando um limite entre o céu e a terra. E eu lá do hospital admirando tudo isso, do lado de enfermos e funcionários distraídos com suas funções diárias. Tolos, talvez perdendo o melhor espetáculo do mundo... ou não (Quem sou eu para discutir, certo?). Refleti mais uma vez sobre minha vida e senti uma carência absurda que nem sei descrever. Porque disto? Porque sentir carência quando ficamos solteiros e sozinhos? Para que? É incontrolável! Ignore tudo.

Sobre os caras da minha vida? Hoje eu poderia falar do Marcelino Troca-Tapa, mas prefiro adiar pensamentos indesejáveis, portanto, dissertarei sobre o Cantor de Ópera.

Ele era alto, 1.86 m, na época completara 25 anos, branco, muito bonito, a voz também, adorava cantar ópera (risos), achava graça disso porque tinha momentos em que estávamos sozinhos e calados no apartamento dele e de repente soltava uma letra aguda de sua boca que fazia eu pular de susto. Ele também tocava piano e mais algumas coisas lá que nem me lembro mais, enfim, começamos a ter algo, que até hoje não sei nomear, depois que o Marcelino Troca-Tapa terminou comigo (em outra oportunidade conto tudo que aconteceu, mas no momento posso adiantar que ele passou muita raiva com o outro carinha por quem me largou), ele era muito gentil, cantava e tocava músicas para mim e tudo mais. Mas como nem tudo é um “mar de flores”, não demorou muito para eu descobrir que ele tinha outro, ou melhor, outros caras. E alguns meses depois descobriria que até seu “amigo” de apartamento era um deles!!! Ultrajante! Descobri através da internet, um dia em que eu resolvi entrar off-line em um programa de mensagens instantâneas, vi que no local em que colocava frases, estava apelativamente o telefone dele e umas palavras que quase imploravam para que alguém o ligasse. Ai, fiz o teste "tira teima” adicionando ele como uma pessoa desconhecida em outro login que me pertencia e o Cantor de Ópera caiu nessa... Foi um pseudo-choque, mas tudo bem.

No outro dia conversamos e ele confessou tudo e mais um pouco! Me pediu perdão (Claro que aceitei) e queria reatar nosso “relacionamento”, mas logo recusei. Então, nunca mais o vi. Não tenho raiva dele, pois foi cavalheiro de confessar tudo, simplesmente ignorei-o depois do fato ocorrido e desde então apenas guardo na memória o dia em que ele tocou piano para mim a luz de velas.

Wicked Little Town

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Thinkin'


Pensei bem, tem muita coisa para se escrever, mas resolvi lembrar de umas coisas:

Nunca me esqueci de quando meus pais eram mais jovens e os dois juntos todos os sábados sentavam na sala e escutavam suas gravações de músicas antigas, eu ficava por perto brincando e escutando aquele som, que um dia eu viria a gostar muito.

Lembro-me de uma cachorra que tinha quando pequeno. Toda vez que eu “aprontava” e minha mãe iria me bater, ela tinha que trancar as portas da casa, porque a cachorra ficava tão nervosa ao ver me bater que ela mordia a todos.
Alguém já assistiu “Punky a levada da breca”? Meu Deus! Eu podia passar horas vendo isso na TV. E “A Extraterrestre”? Nossa, cada vez que a Evie andava de costas eu achava o máximo! E ela parando o tempo apenas tocando a ponta dos dedos! Hoje os seriados são bem elaborados, com efeitos visuais fantásticos, mas na época, com certeza estes eram os melhores...

E o dia em que eu olhava para o pôr-do-sol sem preocupações ou pressa? Simplesmente o olhava do morro da casa da vovó no interior, parecia que o céu entrava em colapso com chamas amareladas, sobrepostas pelo vermelho intenso. A última vez em que vi o pôr-do-sol daquela forma foi quando vovô morreu. Além de nunca mais ver aquela paisagem, nunca a vi igual. O verde era intenso, o tempo era fresco e iluminado pelas faíscas de fogo que vinham daquelas nuvens, não havia qualquer barulho de seres humanos, apenas de grilos e a brisa que tocava meu rosto. Tinha a ligeira impressão de que aquilo tudo foi algo feito pelo meu avô, algo como agradecimento e abrandamento da dor que vinha de dentro de nós todos pela sua morte.

Mais recentemente senti falta da minha última viagem à praia. Daquelas tardes que prefiro encarar como se fossem sozinhas, à beira da praia, caminhando, vendo o sol desaparecer no “fim do mar”. Tinha a impressão de que o termino do dia era vermelho, refletindo a todos a cor do mar. Sabe, acho que teria sido muito agradável se tivesse ido com uma pessoa que eu realmente gostasse. Talvez teria aproveitado muito mais e me sentiria melhor ao lembrar desta recordação.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eleições 2008


Definitivamente não me senti bem após meu último post, parece ridículo, mas imaginei nunca mais vê-lo, digo o Rapaz dos Ovos de Páscoa...

Bom, hoje inicio meu post indignado, pois, fui obrigado a ir votar domingo passado. Perda de tempo! Eu com um livro imenso de Pediatria para ler, tive que sair de casa para ir votar... Nossa, parecia um soldado com extremo rigor na marcha, com direito a “beicinho”. Não! Não votei em ninguém! Nem sei quem se candidatou! Quer dizer, os poucos que eu sabia eram candidatos funkeiros (E só fiquei sabendo porque o cartaz me chamou atenção, um número de candidato e o cara todo indisciplinado na foto... o pior é que tem gente que vai votar nele!!!)! Sério! Com direito a boné e corrente prateada grossa pendurada no pescoço na foto de propaganda eleitoral! Acho que quando eles assumirem o mandato a primeira coisa que farão (devido a grande ignorância) será aprovar a aderência da dança do ”CREU” ao hino nacional e depois assumirão “cada um o seu quadrado”, se juntando a sua insignificância e falta de conhecimento, uma vez que o intuito desse tipo de candidato é o favorecimento salarial e somente isso.

Bom, mudando um pouco de assunto, acho que terei um belo programa esse final de semana, não assumirei nenhum plantão e reservarei dois dias inteirinhos para mim, somente eu, meu cachorro e o Pôr-do-Sol...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Rapaz Dos Ovos de Páscoa

Até eu abrir uma página no meu computador, não havia pensado em nada para postar, mas agora, neste exato momento em que escrevo, lembrei de uma pessoa que possivelmente nunca mais verei, talvez.... Ainda tenho alguma esperança, em algum lugar, mas tenho.

Eu tinha apenas 15 anos quando o vi pela única vez na vida, era véspera de páscoa e todos, inclusive ele, estavam com diversos ovos de páscoa na sacolas, nos vimos entre 16 e 17:30 hs. Lembro até da marca dos seus ovos de páscoa, a sua roupa, sua pequena cicatriz no queixo, sua barba por fazer, seu olhar...

Estávamos flertando um ao outro no ponto de ônibus, ele era mais velho (25 anos em média), bonito, branco, alto, cabelo bem rente ao couro cabeludo. Usava short xadrez e uma blusa, se não me engane branca. Talvez naquela época eu fosse imaturo, mas sabe quando surge aquele sentimento avassalador totalmente espontâneo, algo como (pode soar ridículo aqui, mas hoje sei que senti exatamente isso) “amor a primeira vista”, senti uma empatia, uma coisa muito estranha dentro de mim que cheguei a apertar os pés no chão para não ir até ele.

Quando meu ônibus chegou lamentei amargamente, mas me surpreendi quando ele entrou logo atrás de mim, sentei naqueles bancos que ficam a nível mais alto que os outros e ele ficou a uns 2 metros de distância, só que de frente para mim. Logo na minha frente havia uma mulher descendente de japonês que via umas fotos do aniversário de um garotinho com o olho puxado. Interagi vendo as fotos sem sua permissão, mas pouco depois fui interrompido por uma súbita e estranha sensação de que alguém me olhava, quando percebi era ele, o Rapaz dos Ovos de Páscoa. Logo desviei o olhar, mas sabe quando você olha ao seu redor e sempre para no mesmo ponto? Pois é, nós dois estávamos assim o tempo todo, chegamos a segurar risos, estava inevitável me concentrar em qualquer coisa, minha vontade era apenas de olhá-lo...

Depois de algum tempo, percebi que ele se entreteve com seu celular e percebi também que estava perto do meu ponto. Assim, fui ficando angustiado porque não sabia o que fazer, fiquei olhando para ele esperando alguma reação, mas nada, pensei em até descer no próximo ponto, mas naquele momento entendi que ele não queria nada (Burro Eu!!! Se eu soubesse que me arrependeria até o fim da vida, teria deixado os pontos passarem e desceria no final do Bus...rs ). Então, dei o sinal e nada dele olhar - maldito celular!!! Maldito!!! -. Desci e olhei a sua reação. Quando ele viu que eu desci, largou o celular de lado e deu sinal para descer, só que o motorista já havia dado a partida, assim, terminamos em olhares.... apenas.

Na época passei a pegar o ônibus no mesmo ponto todos os dias a fim de vê-lo novamente, cada pessoa que entrava eu achava que poderia ser ele, mas em vão.... nunca mais o vi. Fiquei muito triste na época, parecia que havia perdido alguma coisa, não sei o que, mas sabia que essa coisa me fazia falta...

Bom, depois desse pseudo-desabafo, nada mais coerente do que ver o link a seguir: