quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

10 Coisa Que Não Se Deve Fazer Para Demonstrar Tanto Afeto



Andei questionando algo (como sempre), não sei se todos já pensaram nisto, mas porque as pessoas que mais maltratamos são as que realmente mais nos amam? Marcelino TrocaTapa, Marlon, o Dublador, todos me maltrataram compulsivamente e eu gostava de todos incondicionalmente! Palermas atordoados! Já o Professor, o Rapazinho, dentre outros, percebiam nitidamente que eu os maltratava e sempre no meu “pé” permaneciam! Será que o amor é assim? Sempre um gostando mais que o outro? Ou será apenas pessoas submissas? Mas se fosse assim eu seria sempre de uma forma ou outra, não intermitente como sou!

Sabemos que quem gosta menos, geralmente, é a pessoa mais segura no relacionamento, já que, tagarelamente, seu cônjuge expressou tudo que sentia. Deste modo, sentimentos extremamente explícitos já elucidam a “certeza” de alguma consideração relativamente forte. Aí me pergunto: Para que fazer questão de mostrar os sentimentos pela pessoa, já que é certeza dela me amar pelo que sou?

Pensando nisso e outros transtornos gerados às pessoas que sofrem por gostar demais, fiz uma lista pseudo-relevante das 10 coisa que não se deve fazer para demonstrar tanto afeto:

Não demonstre o quão disponível está para a pessoa amada. Temos que ser difíceis! Pessoas disponíveis nem sempre são as mais requisitadas!

Não toque no assunto ou insista em encontrar seu par (Quer? Quer! Não quer? Estou saindo!);

Mimar? De forma alguma! Seja ponderado. Ame sim! Mas se gradue um pouco. Pessoas mimadas tendem a ser egocêntricas e não recíprocas, assim, exercerá tal ação, criará expectativas e ficará com as mãos no bolso esperando o retorno;

Não ligue toda hora ou fique mandando mensagens descompensadamente, pois demonstrará tempo ocioso/disponibilidade. As coisas raras são mais gostosas de se provar!

Quando perguntar se você pensou nele, diga que não, que esteve ocupado o dia todo, que sente muito por isso e lamenta. Tudo que é mais difícil é mais cogitado, desejado. Pessoas dadas demais não têm graça!

No dia de “aniversário” do seu relacionamento, deixe passar direto, com certeza o seu par, lembrará e fará de tudo para você não esquecer (algo especial para te “paparicar” e tornar o dia inesquecível). È quase um fato que se você esquece as datas é porque não houveram episódios muito marcantes em tal data. Alguém se lembra o dia em que foi assinado a Lei Áurea pela Princesa Isabel?*... Silêncio mórbido... E o dia em que será comemorado o carnaval do ano que vem?... Ahhh! Essa é fácil Mister Thinker!” Alguma duvida sobre o exemplo?

Não tenha crises de ciúmes na frente de seu parceiro amoroso ao presenciar qualquer atitude estúpida de alguém dando encima dele ou vice-versa, seja frio, gélido, morto, faça cara de paisagem, pois você é “seguro de si”, “confia no seu taco” e “ninguém o tomará de você!” Depois, em um banheiro bem distante do local, quebre tudo, grite, desconte sua raiva, tome água do vazo para se acalmar, mas não deixe que ele perceba nada (Se derrubar a lixeira e espalhar o lixo, cuidado para não deixar grudar papel higiênico no sapato, pois senão, na hora em que ele ver, achará que fez outra coisa no banheiro).

Saia com amigos, de preferência bonitos, pois isso gera ciúmes advindos da contra parte, além da sensação de ameaça.

Pessoal! A ordem de prioridades da nossa vida é: família, trabalho, cachorro e qualquer outra coisa na frente do nosso relacionamento. Deixe a pessoa perceber sua preferência, assim, se ela gostar mesmo de você, vai fazer de tudo para mudar seu conceito;

E por fim, mantenha sua integridade física e moral, não chore ou caia perto dele, pois, ser tachado como lerdo e/ou sonso, definitivamente, não é nem um pouco atraente ou moralmente favorável.


Obs.: *Sanando a curiosidade maliciosa que ecoa no momento, a Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel do Brasil.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Apenasmente Morre



                                                                                      Por Luciano Machado

Só Freud explica.
Só Jesus Salva.
Só o homem peca.
Só a fome mata.
Só a ilusão alegra.
Só a solidão sufoca.
Só os mortos gritam.
Só a ciência prova.
Só a mentira é provável.
Só a loucura liberta.
Só a liberdade pesa.
Só o instante existe.
Só a existência é triste.
Só o tempo é humano.
Só a humanidade é tempo.
Só a humanidade é alma.
Só a alma morre.
Só o corpo é eterno.
Só a eternidade vale à pena.
Só a morte redime.
Só a dor desperta.
Só a loucura é sã.
Só a tragédia engrandece.
 

domingo, 27 de dezembro de 2009

Comida Tailandesa



Caras, deste dia eu nunca vou esquecer, definitivamente...

Logo na época em que conheci o Coelhinho, praticamente na mesma semana, minha mãe havia viajado, e eu e o Brit ficamos lá em casa bebendo e planejando um daqueles obscuros e difamadores encontros de internet para ele, já que eu estava “namorando” o Coelhinho.

Marcamos com um cara aparentemente plausível e bastante objetivo no que queria, sexo. Brit também procurava isso no momento, assim, feliz da vida, recebeu o bastando grotesco com um sorriso iluminado, convidou-o para entrar e sentar-se conosco para uma “leve” conversa, que futuramente eu ficaria horrorizado ao lembrá-la.

O cara era um grosso, impulsivo, vocabulário básico e errado que arranhava os ouvidos de qualquer pessoa letrada. Parecia ser um pseudo-analfabeto, bonito, forte, moreno claro, mas definitivamente, não era tipo de cara para se passar mais que uma hora ao lado. Ele trouxera junto um daqueles vinhos baratos, que após beber se lembra dele durante seis dias devido à ressaca, colocou-o na mesa e logo induziu a um assunto qualquer, mas que resultaria justamente no que ele queria, sexo.

Arregalei os olhos quando ele esboçou algumas palavras tenebrosas, pois ainda não estava acostumado com tanta destreza e naturalidade ao manipular determinadas palavras. Percebendo tudo, direcionou o olhar para mim, que estava sentado inocentemente com as pernas à mostra. Deu para perceber seu olhar imensuravelmente malicioso e esperto como o RinTimTim, ele disse “Vocês são mesmo namorados?”. Senti um calafrio nos braços e uma agonia que me fez encolher, tratei de sentar corretamente e poupar-me de desagradáveis comentários advindo daquele Gigolô. O Coelhinho logo tratou de vir para perto de mim e afirmar, como um “Franguinho de Briga”, sua posição em relação a mim. Pouco constrangido, ele pediu desculpas e disse que achava que algo grupal seria agradável naquela etapa de sua vida, mas se o ambiente não fosse favorável ele não insistiria. Levantou-se, segurou Brit pela mão e rudemente disse para irem rápido ao quarto, já que ele teria outros compromissos antes do alvorecer.

Confesso que naquele dia eu entrei em choque, estarrecido, corroído e medonhamente preocupado com o que esse cara supostamente faria ao meu amigo dentro daquele quarto. Mais parecia um Gigolô grotesco que queria corromper puras crianças! (exagerei em “crianças”... em “puras” também... desculpa!). O Coelhinho foi um dos únicos que conheceu minha neurose dos “e se...” por 30 minutos neste dia.

Seja lá o que for que ele queria, não demorou mais que meia hora, contadas no relógio. Escutei som de água em atrito com o chão ao ser ligado a ducha, umas risadas por parte do Gigolô e a porta se abrindo exalando cheiro de comida tailandesa. Brit saiu do quarto com uma cara de assustado e manco. Olhei curioso e fiquei pensando no que ocorrera para ele estar daquela forma...

O cara foi embora sem eu sequer rever sua cara porca e leviana, já que preferi ficar quieto na sala com o Coelhinho. Obviamente, Brit me esclareceu o que havia acontecido. Agora, imaginem o que foi? Pois bem, este blog não é algo explicito, não em relação a este tipo de assunto, portanto, esta parte eu vos poupo e me poupo do constrangimento ao lembrar as exatas palavras que ele usou para relatar-me tal fato. Mas posso garantir que tudo “voltou” ao “normal”, dentro de alguns dias, “voltou sim”, disse ele.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Próximo ao Natal


Nem parece ser véspera de Natal! Ontem, hoje, passei por boas penúrias sem precedentes (exagero!), parece mais véspera de aniversário meu, onde alguém, alguma coisa, sempre me coloca em prova dias antecedentes a adquirir uma nova idade.

Sobre ontem não ouso comentar, mas hoje não teve como, foi o cúmulo. Ao voltar, cansado, estafado do meu trabalho, resolvi passar em um maldito e mesquinho supermercado para fazer uma simples compra, nada demais, nada além do necessário para eu jantar, já que, como sempre, passo o Natal sozinho. Ao tentar passar o cartão eletrônico de uma determinada, maldita, amaldiçoada, empresa, simplesmente o sistema estava fora do ar, não foi só lá não! Em Belo Horizonte toda! Entrei em estado de estupor quando a mulher me falou que estava tudo parado e que não havia forma alguma de pagar a compra sem ser em “Cash” (sei que não era motivo, mas devido a somatória de problemas advindos de um passado não muito remoto, acabei descarregando tudo). Aí, uma mulher estranha, gorda e desleixada que estava ao meu lado, funcionaria do local, tentando amenizar as coisas, me referiu como “coração”. Fui lá no inferno, peguei o mau humor do pior capeta, subi eufórico, trêmulo dos pés à cabeça e num controle absurdo solicitei-a que não me chamasse novamente assim. “Meu nome é Mister Thinker”.

Resultado, vim embora sem minha ceia de Natal! Meu Deus! Apenas uma misera pequena e congelada lasanha e um vinho sulista que não era, praticamente, nada. Revoltado entrei em contato com meu banco e para variar os telemarketinguianos falaram sua bastarda língua telemarketinguianês, cuja essência do vocabulário é o gerúndio (raça maldita de extraterrestres que vieram para a terra a fim de exumar toda humanidade com seus estímulos favoráveis à falta de paciência e raiva proveniente de falas subliminares que supostamente estimulam o nosso sistema nervoso central). Como de costume, idiossincrasia da raça, não houve resolução do meu problema. Fiquei à espera de um milagre e com uma proposta de suborno para eu ignorar o assunto e viver minha vida, assim, aceitei.

Papai Noel, embora eu não acredite piamente no senhor, peço que me conceda, neste Natal, a virtude “paciência”, a bondade da Madre Tereza, a “juventude” da Madonna, a coragem dos deputados ao mentir em rede nacional e minha integridade moral ressarcida, que um dia foi corrompida ao conhecer aqueles malditos caras.


PS: ¹Caso venha ainda hoje trazer meus presentes, atenção! Avistei uma forte e fervorosa tempestade de mau humor vindo há 8 horas do leste, deve arrasar o quarteirão.
      ²Papai Noel, elucide-me uma questão: será que eu tenho cara de idiota e as pessoas tentam aproveitar disso e na verdade sou mais argucioso que eles imaginam e descubro o ilícito? Ou será que as pessoas fazem as coisas erradas na minha frente porque realmente são burras?

domingo, 20 de dezembro de 2009

As Aventuras de Afrodite e Mister Thinker: Uma “Pequena” Anedota




Hoje acordei atordoado, irritado pelo que havia acontecido ontem no meu trabalho. Estava aos prantos, com direito a tremores disseminados, taquicardia e palpitações. Até que um conhecido, digamos aqui, o Fotógrafo, "alisou-me a cabeça", me animou e fez esquecer, por algum tempo, o ocorrido.

Lembrei-me hoje da formatura da Irmã da Afrodite. Resumindo em uma frase: “Quando tudo está errado, acredite, pode piorar”.

Fomos Eu, Afrodite, o Advogado PorraLoka, a Mãe Loka e a Irmã da Afrodite. Tenho um problema muito sério com a Mãe Loka, mas indiferente disso fui porque a Afrodite só iria se eu fosse, portanto, uma intimação.

“Festa vai, festa vem”, muito boa por sinal, cheio de bebidas e possibilidades, a Mãe Loka começa a beber, o Advogado PorraLoka a cheirar e a beber, a Afrodite a dançar e eu a me preocupar, porque vi que a Irmã dela começara a perceber o que viria a acontecer em breve.

A Irmã da Afrodite sempre me tratou com educação, mas por saber da minha sexualidade, sempre me criticou pelos cantos. Naquele dia do baile, quem dançaria com ela seria o Advogado PorraLoka, mas devido à sua embriaguez e a “cheiradez”, infelizmente foi impossibilitado. A Mãe? Nunca, já trocava as pernas muito antes de se falar “paralelepípedo” no inicio da festa. Assim, bancando o puritano e ajudando uma formanda a ser feliz, dancei a valsa com ela, que por sua vez ficou sem graça por nunca imaginar que seria eu quem a arrancaria da “desgraça”, já que o fim do baile não termina por aqui.

Após as duas da manhã, cá entre nós, sabemos que as pessoas sempre se decompõem, “caem do salto” em que entraram no inicio do evento, e a festa não foi diferente para os acompanhantes. A Mãe entrou no banheiro do lugar e iniciou uma sessão de vômito fervoroso, com direito a sonoplastia externa e tudo mais (escutei até as mulheres comentarem algo ao saírem do banheiro), a partir daí vi quem a Afrodite "puxou" (risos). Quando saiu de lá, descabelada, sentei com ela num canto e ofereci refrigerante para recuperar a glicose (ingenuidade minha). Por um momento em que a larguei, ela tirou o salto e correu para pista de dança, bêbada, tonta que nem um gato atacado por crise de labirintite. A Irmã, ao vê-la, sentiu sua formatura se acabar e suas bochechas se corarem de vergonha. Corri na pista, a peguei levemente e convidei-a para sentar-se ao lado do Advogado que no momento só sabia me paquerar. Eu logo me senti enauseado ao imaginar-me beijando aqueles lábios umedecidos pela saliva porca e asquerosa daquele sagaz, bêbado e drogado Advogado.

Não demorou muito até que a Mãe apresentou uma leve melhora alcoólica, e o Advogado começou a regurgitar, colocar tudo para fora que seus Olhos de Tandera o incentivaram a ingerir, mas sem parar! Seu primeiro jato de vômito foi impressionantemente longe, se eu tivesse filmado, mandaria para o grupo analisador do Ginness World Redcords e já teria certeza de aprovação como novo recorde de vômito à distância. Achei que ia lambuzar o vestido da bela e frágil garota que sentava a cinco metros dele, com um vestido vinho que “logo-logo” se transformaria, se atingido, em rosa claro. O rapaz que passara ali ao lado, se esquivou rapidamente senão ganharia uma lambuzada violenta daquela coisa de outro mundo! Que mais parecia uma mangueira de bombeiro! Um chafariz! Um Gêiser! O mais engraçado foi um outro cara que passou a seguir do outro que se esquivara, ele escorregou e quase caiu!

Todos ficaram horrorizados! A Irmã, tadinha! “Humilhada” na frente dos amigos de faculdade, mais lamentava e via seu dinheiro investido na festa, um verdadeiro desperdício. Eu, tentando amenizar as coisas logo resolvi o problema e mandei o Advogado se recompor, mesmo com o nível sérico de álcool, entorpecentes e afins demasiadamente elevados.

Por fim, as pessoas se acalmaram, a Irmã não entrou em colapso nervoso, um rapaz ficou atrás de mim a noite toda e Afrodite ficou com alguns caras, ato que particularmente foi uma incógnita... assim me calei.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Crônicas do Caçador: Próximo ao Dia 15



Oh final de semana atordoado! Não sei o que aconteceu comigo, não sei se estava carente, cansado ou simplesmente é o dia 15 que chega (sempre que chega perto desta data do mês, geralmente eu apresento um “leve”, digamos assim, surto)...

Sexta Feira, Sábado e até “metade” do Domingo permaneci em casa atordoadamente em minha cama, e lá fora o Sol, que tanto esperava desde semana passada, cintilava robustamente. Confesso há tempos não ter visto igual, o Sol escaldante, vigoroso e o céu mais desanuviado e azul que o mar Jônico da Grécia.

Em vez de sair e aproveitar tudo, devido à oscilação de humor idiossincrática, fiquei em casa e acabei em uma daquelas malditas salas de bate papo, malditas não, hoje, engraçadas. Não afim de encontrar alguém para um relacionamento fixo, ou temporário, seja lá qual for. Apenas queria espairecer a cabeça e ver se conseguia um bom papo, talvez verborrágico, para afogar um pouco do meu humor?! ... Acho que era isso...

Como um dia já havia postado, naquele lugar geralmente estão os “excluídos” da sociedade, em baixa social, pessoas feias, “defeituosas” ou com alguma anomalia, seja de qual gênero for, que o incapacite de fazer amizades ou conseguir um relacionamento relativamente saudável.

Voilà! Não foi muito diferente o que achei. De algum defeito partilhavam! O primeiro era muito simpático, o Músico, muito bom papo, mas fiquei com o pé atrás, porque nenhuma pessoa realmente bonita é tão legal quanto ele estava sendo. Além de insistentemente não querer, melhor, alegar não ter fotos digitais (Mas que pessoa hoje em dia, que é usuário de internet, com ensino superior em música, não teria uma pequena e mísera foto?!). Esquivei-me um pouco, pois sabia, definitivamente, do que se tratava.

O segundo candidato da noite a um bom papo (pretensão minha) foi um rapaz que acabara de sofrer um acidente ao socorrer uma vítima de acidente de transito (era seu trabalho), o Acidentado. Um rapaz muito bonito, branco, cabelos negros e barba por fazer, pele branca neve que transparecia seus capilares sanguíneos. Um charme incondicionalmente persuasivo e de uma convicção assustadora! Fiquei absorto quanto ele falou, após uns 10’ de conversa, que ele estava me esperando há muito tempo e que ficaríamos juntos “logo-logo”. Naquele momento ele olhou para a webcam, que transpôs a imagem no meu computador e me deixou atordoado. Logo saí da internet e resolvi dormir, já se passavam das cinco da manhã.

Para concluir o final semana muito estranho, no Domingo, resolvi sair e encontrar a Lesada, já que havia uma semana que não praticávamos um ato social que abraça todas as causas... Uma boa bebida à beira do bar ao ar livre e ao tom do crepúsculo. Conversamos o suficiente, elucidamos questões pseudo-avassaladoras, rimos da desgraça alheia e eu criei um grande e desagradável tabu (que não falarei aqui).

Após o evento, fomos ao cinema assistir o tal filme “Atividade Paranormal” e adivinhem quem chegou logo após eu e a Lesada nos acomodarmos nas poltronas? O Rapazinho! Solitariamente o Rapazinho! Tratei-me de abaixar e a lesada logo se “coçou”, ia chamá-lo, até eu a conter. As luzes se apagaram.

O filme é interessante, fala sobre um casal que sofre atordoantes e recidivantes aborrecimentos advindos de um ser, que ao meu ver era o Chicken Man (falo isso porque tem uma hora que eles colocam um talco no chão e quando o fantasma, ser do outro mundo ou genéticos, pisa no local, deixa pegadas de galinha gigantes). Já havia visto este filme quando o baixei pela internet, mas não esperava que a versão do cinema fosse diferente, o final realmente foi deturpador e muito engraçado, pois, filmes de terror assistido junto às mulheres sempre são acoplados de gritos. Assim, a última cena é o quarto do casal, se escuta passos tenebrosos e grosseiros aumentando claramente no local, e de repente, alguma coisa é lançada à tela e a câmera filmadora é jogada ao chão, na porta do quarto aparece a personagem ensangüentada que solta um estrondoso grito anormal e vem andando até chegar à tela, sorrir e gritar novamente. Este foi o momento, algumas mulheres entraram em pânico, e a seguir, ao desespero, ainda gritaram, gritaram, mesmo durante os créditos finais pode-se ouvir. Nunca presenciei episódio igual, confesso.

Por fim, cheguei em casa, comi alguma coisa, tomei um leve banho, deitei, pensei em meu fim de semana, que foi salvo por esta saída, e escutei uns passos no cômodo ao lado do meu quarto, assustado, recordando do Chicken Man e alguns eventos que aconteceram comigo há umas semanas atrás, dormir assombrado.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aforismos Hediondos



Bom, este fim de semana, em Belo Horizonte, não foi “nem um pouco” o que eu esperava. Choveram todos os dias, o dia todo, milímetros e milímetros de água foram jorrados, DES-PE-JÁ-DOS por diversas titânicas e inevitáveis nuvens atordoadas pelo clima descompensado... Que Deus me perdoe por isso, mas que malditas Nimbostratus que me apareceram pelo ar em pleno final de semana “des-plantonado”, à toa, meu! Mas tudo bem (respiro fundo)! Agradeço pelo Mundo “não estar” em falta de água (pelo menos ainda chega em minha casa chega e a televisão não acusa tantos rios secando, como antes).

Incrível como o tempo influência sobre meu bom humor. Juro que na quinta feira passada estava bem humorado, otimista que “só vendo” e contava os minutos para o final de semana, uma vez que planejei me divertir, da minha forma, mas havia planejado. Até que sexta feira o tempo apresentou uma considerável mudança e sábado simplesmente não era o mesmo tempo em que havia vivido a semana toda. Abri os olhos em pleno meio dia a fim de levantar e dar inicio ao que havia planejado, mas quando lancei um olhar sobre a janela.... Realmente foi lastimável, e assim confesso: passei o final de semana todo na horizontal, dormindo, deprimido, com aforismos hediondos onde levava tudo ao maior e mais sombrios das reflexões forjadas pelo ser humano.

Não sei bem o porquê desta influência em mim, não sei se é pelo fato de eu sempre viver momentos bons em pleno bom tempo (ou maus em “maus tempos”), ou se é uma deturpação psicológica advinda do aumento dos níveis séricos do meu Cortisol causado pelo desgosto de ver minha oportunidade de divertimento se desvanecer em chuva, cinza, preto, cor sem vida, em uma perversa tempestade sazonal.

E após tudo isto, segunda feira, dia oficial do “início de tudo” (da dieta que a se começar, do dia em que se para de fumar, do dia de procurar emprego, do início da construção do mundo, etc.), um singelo raio de luz apareceu e refletiu bem em minha cabeça. Olhei para o céu e realmente fiquei feliz em saber que uma esperança sempre existe, quando se menos espera, ela aparece. De bom humor fui para casa.

domingo, 29 de novembro de 2009

A Garota da Calcinha Rosa



Quem diria.... Estes dias estava passando pela rua com uma conhecida minha e coincidentemente surge do meio da multidão a Garota da Calcinha Rosa que um dia, quando tinha apenas 6 anos de idade, a conheci. A grande coincidência foi o local em que a “encontrei”, em frente a Escola em que eu estudara na época.

Tinha apenas seis anos, e vivia bem naquela última das três fases, relatadas por Freud, do desenvolvimento “psicosexual” infantil, o qual ecoará o resto de nossas vidas: a fase fálica ... Estudava em uma Escola bastante tradicional em Belo Horizonte e lembro-me de ter passado bons momentos naquele lugar... Gostava muito de brincar de super herói e separar brigas (ainda bem que esse costume acabou, imagina nos tempos de hoje? Acho que teria levado um tiro na cara e morrido precocemente), vivia correndo por aquele pátio que jurava ser do tamanho do mundo. Uma vez apresentei um teatro onde eu era o elefantinho (com direito a tromba e tudo), e a festa junina?! Nossa! Me divertia muito...

Bom, serei mais objetivo com o relato, senão este post será maior que minha paciente, ultimamente.

Estudava com uma menina que tinha a mesma idade que a minha, era muito bonita, morena clara, cabelos anelados, lábios carnudos, na ocasião, sem muitos contornos femininos já que era criança como eu. “Namorei-a” por pouco tempo (todos conhecem o significado de “namorar” quando se é criança, certo?). Um dia qualquer, combinamos de irmos ao banheiro juntos, ela iria pedir a professora (naquela época esta era a forma correta) e eu sairia escondido e nos encontraríamos lá.

O banheiro feminino era junto com o masculino, um em frente ao outro, digo, as portas, tinha lajotas brancas por todos os lados e torneiras escandalosamente gotejantes. Dito e feito, nos trancamos dentro de um dos boxes e por um impulso de curiosidade, ingenuidade e vontade, prometemos mostrar um ao outro nossos órgãos genitais. Primeiramente foi ela que abaixou sua pequena saia cor xadrez vermelho e branco, que por baixo estampava uma calcinha rosa, inocentemente com estampa de florzinhas. Minha reação foi a mais estática possível, até que ela solicitou que eu colocasse a mão. No momento exato em que ia tocá-la, sem excitação, apenas por curiosidade, assustei com alguém batendo na porta – Quem poderia ser? – pensei. Minha curiosidade foi sanada a partir do momento em que fomos convidados a evacuar o banheiro por aquela voz feminina, a da Professora. Rapidamente a Garota da Calcinha Rosa olhou-me com desespero, pois sabia que estávamos fazendo algo errado, levantou sua saia e abriu a porta. Recordo da cara da Professora, chocada, absortamente surpresa e desapontada, nos achando os mais pervertidos do pré-primário, chamando nossa atenção e comunicando aos nossos pais sobre o fato ocorrido.

A Menina da Calcinha Rosa saiu da Escola logo a seguir, eu esqueci o fato rapidamente e meus pais demonstraram-me pela primeira vez, de várias outras futuras, o maior defeito deles, simplesmente ignoraram o fato devido ao constrangimento que o assunto os causaria ao tentarem conversar comigo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

10 Coisas que Odeio


Não estava muito interessado em escrever hoje, mas acho que tenho, uma vez sinto que algo me corrompe profundamente e se eu não escrever minimamente enfartarei. Olha, não estou nos meus melhores dias, nem nos meus melhores tempos, digo em relacionamento, pois de trabalho estou de “vento em polpa”. Uma amiga minha diz que eu surto todo dia 15, não sei se é porque está no meio do mês e já estou estressado ou se eu sempre fui assim e nunca reparei, mas mês passado surtei, com mesma intensidade, mas menor repercussão.

Este fim de semana terminei com o Rapazinho, sim! Já! Parece que o fim do ano vai chegando e aquele ditado fulo faz jus “Ou vai ou racha”. Ou tudo vai bem e continua até transpor o ano ou tudo termina de uma vez... e foi isso. Engraçado, foram poucos os anos em que passei o réveillon junto de alguém... e os poucos, eu não tenho uma sã e boa lembrança...

Bom, mas o que quero escrever aqui hoje é bem simples, são informações básicas, simples para um apaixonado inconseqüente não fazer após o termino do namoro (sei que é “murro em ponta de faca”, uma vez que inconseqüente, sempre inconseqüente (toda regra tem sua exceção!!!)), mas vamos lá:

10 coisas que eu odeio que façam quando termino relacionamento:

• Chorar comigo no telefone ou pessoalmente (me dá remorso);
• Insistir em voltar. Deixe que eu “por mim só”, que exerceu o ato, peça para reatar. Pense, porque às vezes eu posso estar sendo induzido a voltar obrigatoriamente devido a fatores externos, ou seja, não me force com insistências verbais;
• Provar o quanto me ama apos o termino. Isso eu já sei, principalmente quando se deixa evidente dentro do relacionamento;
• Se desvalorizar (característica suprema do inconseqüente);
• Expor os outros e si mesmo;
• Me perseguir (tenho trauma deste);
• Estar nos lugares em que costumo ir, à minha espera;
• Ter contato com meus amigos/família para saber onde/como estou;
• Devolver coisas, presentes, souvenires que um dia dei;
• Comparecer na minha casa sem ser solicitado. Nunca, de forma alguma, compareça em minha casa para tentar reatar ou fazer surpresas desagradáveis, se há um lugar que eu resguardo é minha casa e pessoas que preservo são minha família.

Assim, termino este post cansado, com dores de cabeça, pouco irritado, triste e pedindo duas desculpas formalmente a um leitor que, com toda certeza, comparecerá neste blog há um tempo não muito distante/futuro que este, primeiro pelo que aconteceu hoje, uma vez que não sabia meu gosto e acabou fazendo umas destas coisinhas que estão na lista. E segundo por eu não compreendê-lo bem, mesmo após ter passado por uma situação igual.


Obs.:* Engraçado, havia anos que procurava por esta música e, por ironia do destino, ao procurar algo para postar aqui olha o que achei... São dois interpretes desta música, fiquei indeciso sobre qual dos dois escolher, assim, segue The Strokes e Pixie Lott.

sábado, 10 de outubro de 2009

Eu Desejo



Amanhã, eu desejo ver o sol nascer, deliciar-me com os raios do brilhante cristal do horizonte e quero me realizar em antecipação aos raios do sol que ilumina o céu escuro da manhã.

Quero que as preocupações do dia dissolvam-se em visões de tempos melhores. Que algo interceda contra assombrações dos sonhos do meu passado e que reze para que as nuvens descansem em pleno conforto naquele céu azul. Eu peço primeiro à luz para trazer consigo uma força para o amanhã, como a realidade vem tão rapidamente, como raios de sol iluminam a escuridão...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

VerdeMar


Há duas semanas fui ao clube com uma amiga, cujo codinome aqui será Lesada, para aproveitar o Sol e abstrair problemas passados. Literalmente quaramos, ficamos escuros, assados, quase queimados. Quase pegando no sono, me veio a lembrança do evento ocorrido no local, acho que cheguei até a escutar o som da festa por um momento. Acordei alvoroçado e lembrei-me de tudo de uma só vez.

Estava muito quente no dia, o sol escaldava a todos que se atrevessem sair de debaixo da sombra. Havia pessoas para todos os lados, gostos e pesos. No dia estavam dando bebidas alcoólicas grátis (imagina a tragédia), eu, muito educado na época, esqueci que amanhã o mundo não deixaria de existir e acabei entornando tudo que aparecia pela frente, um aspirador de pó na rua da favela mais suja do mundo. Era Cerveja, Shop, Campari, Cuba, Cuba... Muita bebida. A todo o momento eu estava ali na fila repondo o que me faltava, até que um rapaz, um Garçom, me chamou no balcão e me perguntou que queria, eu, já “mais lá do que cá”, solicitei o que queria e tratei de voltar à piscina. Comecei a achar estranho foi porque a todo o momento que eu estava na fila este Garçom me chamava lá na frente, esboçava um sorriso intenso e branco de cegar qualquer um e me servia à vontade.

Houve um momento em que não me suportei mais ficar em pé, assim, sentei e dormi onde estava alocada minha família, ou pelo menos parte dela. Perdi a consciência, que dizer (risos), “apaguei” amargamente por duas horas. Quando acordei estava quase por terminar o crepúsculo, as luzes não haviam sido acesas no local, levantei, olhei ao redor e percebi que quase ninguém estava mais no clube. Respirei fundo, fui ao banheiro, voltei com uma garrafa de água na mão e sentei onde havia dormido, a fim de esperar minha família que havia sumido.

Quando menos esperava, o garçom apareceu e sentou-se ao meu lado, estava com uma camiseta branca, bermuda bege, moreno claro, olhos profundos e verdes, o mais VerdeMar vivo que existe, cabelos castanhos claros, aparentando ter seus 24/25 anos, quem sabe. Eu, ainda “inocente”, “sem saber” o que viria pela frente, aceitei a presença dele ali ao meu lado. Confesso que ele foi o cara que mais me elogiou até hoje, tudo que ele via referente a minha fisionomia, ele elogiava, eu fiquei sem lugar naquele momento e com apenas um gesto apontei um lugar onde poderíamos ficar “à vontade”.

Não ultrapassamos nada além do beijo. Confesso: tentado, realmente ficamos, mas paramos a tempo. Ficamos escondidos, juntos, por duas horas, não percebi o tempo passar, até que não conseguia enxergar muita coisa além do meu nariz. Despedi-me dele com um intenso beijo, olhei para aqueles brilhantes olhos verdes pela ultima vez e sem pedir telefone ou qualquer forma de contato, fui embora. Escutei-o perguntando alto, sentado ainda onde havíamos ficado: “Mas a gente não vai mais se falar?”, mas fingi não ouvir...

Talvez tenha feito isso por saber que eu estava agindo errado, nada além daquele tempo poderia perdurar. Aquele momento estava sendo o primeiro de várias vezes que enganara o Marcelino TrocaTapa, já que tinha certeza de que ele me traíra.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Take it easy


Nossa! Mais de um mês sem postar... Infelizmente estou sem tempo, saio de casa sedo e chego bastante tarde. Estamos em “Tempos de Maria”, onde o mundo não é somente diversão e reflexões “outside”. Mas resumindo:

· “Peguei” gripe suína no começo de Agosto (antes do meu aniversário);
· Fiquei de “quarentena” em minha residência;
· Melhorei;
· Comemorei meu aniversário muito bem acompanhado;
· Ando trabalhando mais que agüento;
· Estudando menos que deveria;
· Ainda amo muito o Rapazinho;
· Sem muito “tempo” para pensar.

Eletric Feel

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pensando Pelos Cantos


Sábado dei uma “escapulida” e fomos eu, Afrodite e Lesada (Acho que não precisa explicar o codinome uma vez que já diz o suficiente. Mas ela é a antiga e nova namorada da Afrodite) para um bar beber alguma coisa e quem sabe jogar, pois, naquele dia queria espairecer minha mente já que durante a manhã e tarde havia parado para arrumar minhas coisas e minha caixa de recordações.

Nesta caixa havia todas as lembranças que eu guardara desde os 16 anos, chocolate, bala, cartões de amigos, namorado, sejam lá quem me dava, eu guardava! Acho que era algo patológico. Para se ter uma idéia, havia até papel da camisinha que usei quando perdi a virgindade! Sim! Muita coisa louca havia ali dentro que me fez despertar pensamentos e situações antigas engraçadíssimas como as “Quintas Biológicas” que aconteciam quando eu era graduando em biologia da sala da Afrodite, Maria Biscate, Biscate, Romanel... bons tempos. Lembro que no dia do meu aniversário elas fizeram uma festinha muito boa para mim, inclusive no dia o Giò estava junto! Foi fantástico, tomamos o Uísque verde muito caro do marido da Biscate e o espumante (coisa que eu odeio muito mesmo... tem um cheiro forte de feijão na água há uma semana). Nossa! Realmente eu passei mal este dia, mas valeu cada segundo.

Lembrei de quando eu conheci o meu Amigo de Verão, o Enganador (já citado no post do ano passado) e o Soldado (meu primeiro Ex namorado), assim prefiro lembrá-lo, pois adorava seu conjunto de moletom ganho quando serviu o exercito, pena que a polícia o usurpou (qualquer dia eu conto o motivo...). Viajamos uma vez para Sete Lagoas juntos, recordo exatamente o momento em que estávamos na estrada, com os vidros do carro abertos e uma música do “The Smith” tocava. Ambos estávamos muito animados, foi algo sem planejamento.... pena que não terminou bem, pelo menos não para meu Amigo de Verão, pois o Enganador, como sempre, o enganou e voltou com outro cara, o... o.... Sabe que para ele eu não vejo pseudônimo?! Acho que eu o via de uma forma tão horrenda que não consigo pensar em nada “saudável” para nomeá-lo... Foi ele que separou-nos, antipático, arrogante, ciumento! Infelizmente burro igual a uma porta, mal sabia falar e se julgava intelectual por gostar de Adriana Calcanhoto... Lastimável... não passava de um Aspirante Cult estereotipado com roupas xadrezes e “fashion”...

Enfim, companhia feita, de bebida cheios e com muito sono, fomos dormir na casa da Afrodite. Lembro de ter despertado quatro horas depois, com um gosto de álcool na boca, rosto amassado, cabelo desarrumado, desorientado, arrependido de ter jogado fora muitas lembranças boas e apressado para assumir um plantão de dez horas no Hospital.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O Juizado


Antigamente eu tinha uma galeria de “amigos”, a Kelly Osbourne (Ele parecia demais com ela, com aquela cara redonda), a Cafezinho (Porque ela usava uma calcinha com corações vermelhos parecidos com aquela marca famosa de café e por ela ser pequena e morena), Christina Aguilera (O apelido veio por ela ser fanática com a cantora e tentar ser parecida com ela), Dundinha (um conhecido nossa deu a ele esse nome por ser moreno (sem preconceitos!!!)), a Di do Audi (ela jurava de pés juntos que tinha um Audi...rs), dentre outros. Sempre saíamos muito juntos, éramos unha e carne, todos os dias, de segunda a segunda nos encontrávamos para divertirmos. Naquela época eu ainda fumara, então, era um maço de cigarros que ia rasgando meu pulmão por encontro.

Lembro que nesta época fomos para um antigo local chamado Puska. O lugar ficava ali no bairro Barro Preto perto do Fórum, era grande, cheio de luzes rosas e vermelhas por dentro, uma pista de dança grande e bar no primeiro piso, já no segundo havia várias mesas, uma sinuca e uma vista para o andar abaixo. Neste dia nós estávamos animados a jogar. Bola vai, bola vem, não sei o que me deu na cabeça, mas senti que tinha que olhar para o piso abaixo do nosso. Escorei na divisória e percorri com os olhos todos os lados, até que vi diversos homens de terno preto e um deles com uma flor gigante no bolso, olhou para mim e sem apavorar, mas com a face horrorizada corri em direção aos meninos e consegui soltar apenas uma palavra “Juizado”, todos empalideceram e quando eu olhei para traz estavam dois Barman’s nos pegando pelo braço e guiando-nos a descendo das escadas do fundo, enfim, nos abandonando dentro do estoque de bebidas. Não me concentrava naquele instante para ter uma boa idéia se nos achássemos, apenas imaginava eu, Thinker, menor de idade, que ainda não havia falado com meus pais sobre minha opção sexual, sendo levado dali e deixado em casa sob viatura da polícia ou pior, meus pais me buscando em na delegacia, ou algo do tipo, e o oficial explicando exatamente onde eu estava.

Não consegui ficar em pé, quase desfaleci ao ouvir passos de alguém se aproximando do estoque onde estávamos. Meu coração batia profundamente, a maçaneta rodou, destravou a porta, abriu e entra então um dos Barman’s pedido para sairmos já que “o Juizado” havia deixado o local. Respirei aliviado e ao mesmo tempo abraçamos o Barman que havia adiado mais uma vez a minha confissão à minha família sobre quem eu realmente sou.

O Cara


Lembro-me como se fosse ontem, eu havia acabado de sair da escola, cursava o segundo ano, estava de mochila, tênis e calça jeans. Caminhava para um restaurante ali perto a fim de uma boa refeição. Ao atravessar uma rua percebi que um carro parara e dele descera um rapaz alguns anos de idade a mais que eu, ele projetara um sorriso para mim como se fosse para uma pessoa conhecida. Juro que olhei para trás achando que havia alguém, mas eu estava enganado. Entrei no restaurante logo na frente dele que ainda me flertava, descansei minhas costas deixando a mochila em uma das mesas e fui me servir.

Sentei, iniciei as garfadas suculentas no meu recheado e montanhoso prato de comida até que fui interrompido por uma voz que solicitara minha autorização para sentar-se na minha mesa. Sem perceber balancei a cabeça positivamente ainda com o olhar fixado em meu prato e quando fui perceber era o Cara lá de fora. Ele era bonito, usava roupa social, pele clara, olhos castanhos claros, cabelo liso e espetado, parecia ser um pouco mais alto que eu e corpo forte. Continuei a comer, um pouco mais tenso, pois sentia que a cada instante ele me olhava, me constrangendo e fazendo com que eu perdesse o apetite.

“Thinker”- disse curiosamente - “Não se lembra de mim? O Cara!”. Soltei o garfo instantaneamente após ouvir meu nome e olhei fixamente para ele com um ar de “vou descobrir quem é”. Minhas bochechas coraram e eu lembrei, o Cara! Trabalha no campus da minha mãe e eu já conversara com ele uma ou duas vezes, mas nada demais, algo do tipo “conversa de elevador”.

Conversamos durante muito tempo no restaurante, ele tinha uma lábia, muito assunto e algumas experiências instigante para um bom ouvinte ficar interessado. Depois, chamou-me para ir ao cinema, e eu inocente, achando que havia ganhado um novo colega, quem sabe amigo, aceitei o convite. Até que quando as luzes se apagaram, o filme se iniciou... “batata”....aconteceu o que eu não havia imaginado, ele me abraçara e com grande vigor me deu um daqueles beijos de novela, mas com língua (risos), porque não sei se já perceberam, nas novelas não colocam língua, diz a Deborah Secco que é para não ficar com a boca muito aberta e as bochechas virarem um precipício de tão afundadas que ficam (coisa de estética visual). Enfim, não assisti ao filme, e para falar a verdade não sei nem do que se tratava, nem o título eu sabia!

Ele me deixou em casa, prometendo me ligar logo pela manhã seguinte. Senti meu coração bater, não sei se foi muito forte, mas bateu o suficiente para cativar o Cara. Com o tempo (duas semanas) infelizmente ou felizmente percebi que não éramos feito um para o outro, não para namorarmos. Ele era independente, bonito, tinha seu emprego, já estava prestes a findar seu curso superior, gostava de mim, sempre me tratara bem, mas sabe quando sentimos aquele frio na barriga e a aceleração do coração só de pensar na pessoa? Não tinha, assim, após uma franca conversa decidimos que não investiríamos em um relacionamento, pelo menos não amoroso.

Assim se fez um grande amigo na minha vida, com um lugar enorme reservado para ele no meu coração. Um cara que posso contar a todo instante, que me apóia no que precisar, que estará ali nos momentos mais difíceis e mais fáceis da minha vida, que nunca se afasta de mim, enfim, o Cara!


domingo, 31 de maio de 2009

Um Ano de Mister Thinker


Confesso que não havia lembrado que há um ano venho escrevendo neste blog, tanto que ia escrever um post totalmente poliqueixoso hoje, mas como é um momento especial, um ano de postagens, prefiro escrever algo melhor, só para dar mais sorte. Quem diria! Tudo começou com o Dublador e um gigantesco desabafo...

Ultimamente ando tendo umas idéias absurdas de recrudescências extremas e me deixando atordoados, pensem: de onde surgiu tudo? Antes do chamado “Big bang” o que tinha? Será que era tudo preto? Ou branco? Mas que criou o começo? E quem criou o criador do começo? Agora a melhor: Quem criou o criador, do criador, do criador do “Big bang”?

Uma vez ouvi uma teoria a qual não me lembro o nome do seu criador, sei que falava que o universo se expandia e uma hora se encontrava do outro lado, assim, fazendo uma pangéia de matéria intergaláctica e explodindo de novo, proporcionando outro “Big bang”, assim, quando o universo se expande novamente, uma hora se junta e outra explosão acontece, enfim, o autor falava que enquanto acontecia este processo a vida no universo se repetia, todo o ciclo era gerado novamente e nossas vidas ativadas, criadas da mesma e íntegra forma. Então pensei, será o “Dèjá vu” é uma falha, um buraco deste processo que acontece eternamente, tentando nos mostrar que tudo não passa de um ciclo? Talvez nunca saberemos...

Outra coisa que me deixa intrigado até hoje foi uma vez que o Marcelino Troca-Tapa ligou para minha residência, eu escutei o telefone tocar na hora e quando atendi a ligação “caiu”, assim, mais tarde ele me ligou novamente perguntando onde eu estava, pois, ele havia falado com minha irmã aqui em casa e ela informou-o de que eu estava fora. Logo neguei e afirmei que ela nem em casa se encontrava, Marcelino falou que eles conversaram cerca de 15 minutos, que havia um Mister Thinker na casa, mãe e pai com os mesmos nomes! Incrível! Parecia ser realmente minha vida, achei muita coincidência. Daí em diante, resolvi ler estas teorias quânticas e uma delas comprova outras dimensões paralelas ao do universo, se chama “Teoria das Cordas”, será que a ligação foi extraviada para outro paralelo e que havia uma duplicata Thinker? Meu Deus!

E por fim, antes que eu fique louco, alguém já parou para pensar que o homem pode ter voltado no passado, mudado nosso futuro e simplesmente vivemos uma vida paralela à que deveríamos viver? E aqueles filmes de volta no tempo para mudar o futuro? Não tem como mudar, pois se no futuro já aconteceu é porque antes dele, já se voltou no passado e tentou modificar algo, mas sem sucesso.

Chega, termino este post assombrado pela teoria da conspiração...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ismália


Hoje farei diferente, nunca fui muito adepto a poesias, mas sabe?! Há uma que marcou minha vida desde os 18 anos de idade quando o li inocentemente. Nunca vi igual.

Ismália

Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O Madonna


Estou sentindo que a cada palavra que escrevo aqui é um centímetro que me afundo na areia movediça. Infelizmente ou felizmente, como já havia dito, meu namorado descobriu o meu blog e anda “implicando com meu passado”, alega coisas surreais, aquela cena de ciúmes boba, sabe? Ainda não sei bem o que farei a respeito, ainda penso (o que faço de melhor) ansiosamente. Confesso que fui muito asno e inconseqüente ao ter denunciado meu blog, mas, “arrumou sua cama, agora deite-se”, aceito o fato e paro de postar, apago o blog ou apenas deixo acontecer.

Mas enfim, hoje, ao ler o post passado lembrei-me do Madonna (pseudônimo devido à pinta que ele tem no rosto igual ao da Madonna), um cara que conseguiu me fazer rir muito, conheci-o logo que meu relacionamento com Marcelino TrocaTapa foi por água abaixo, no mesmo dia, tentando afogar minhas lágrimas com um som alto e muita bebida, fui a uma destas danceterias de praxe aqui em Belo Horizonte com o Giò e acabei encontrando ele lá. Ficamos juntos a noite toda e prometemos conversa no dia seguinte.

Esse relacionamento vingou por algumas semanas, encontrávamos freqüentemente. Um dia, minha mãe viajou e assim, ficou eu e o Brit lá em casa, como sempre, muita bebida, (na época) cigarro e comida também (Ah! Internet também). Neste dia, havíamos brigado bastante, pois, por telefone debochara e insinuara que quando nos encontrávamos nunca o recompensara, ou seja, nunca fazíamos sexo! Nossa! Mas nem duas semanas ficamos e ele já queria tudo, quem será que ele pensou que eu era? Enfim, irritado, eu chamei ele para ir a um bar e enquanto isso, meu amigo - ex amigo, seja lá o que for, na época ainda amigo, agora nem sei - estava na internet conversando com caras, bebendo muito e fumando. Olhei para ele antes de sair e tive uma excelente idéia.

Nunca fiquei tão entediado em um encontro (mentira, esse foi o segundo mais entediante, o primeiro foi o rapaz a “crise financeira mundial”), conversamos pouco, bebemos menos ainda, simplesmente ficamos olhando um para cara do outro cerca de quadro horas, quatro lutantes horas. Fomos embora após não agüentarmos mais, ele me deixou na porta de casa, assim, toquei a campainha, Brit veio atender, e então coloquei meu plano em ação. Olhei para trás, vi que o Madonna ainda me esperara entrar em casa para depois partir, percebi que meu amigo estava muito tonto e voltei até o carro: - Está afim de conversar sobre o dia de hoje comigo? – perguntei – Ingênuo e procurando uma resolutibilidade para nossos problemas ele balançou a cabeça e eu intervi com uma “pseudo-chantagem”: “- Ok, mas tenho que levar meu amigo comigo, ele está um pouco triste e gostaria que ele tomasse um ar fresco (simulei uma tosse e reprimi uma grande risada que tomava conta de mim por dentro)”. Ele me olhou com uma cara totalmente questionativa (conversa pessoal + amigo triste = ?). Argumento péssimo o meu, mas foi o único que possívelmente o convenceria de levá-lo.

Eu já tinha certeza do que isso iria resultar, apenas aguardava ansiosamente. Fechei a casa, entramos no carro, Brit atrás, e fomos para a Lagoa da Pampulha “conversar”, foram ridículos seus argumentos e imparcial eu fiquei, meu objetivo ali não era conversar, mas algum fruto eu teria que render ali para que o meu plano verdadeiro desse certo. Por um momento nossa discussão cessou e resolvi olhar para trás e ver como Brit estava. Sim, muito mal como eu esperava (bêbado). Mais alguns segundos e o vi cair no banco de tão tonto, observando tudo Madonna sugeriu que fossemos para casa, eu concordei e guiei-o pelo caminho mais longo de todos.

Percebi que meu amigo estava muito ruim no banco de trás, alguns minutos depois e voilá! Ele acordou e ansioso olhou para mim querendo alguma coisa, como se fosse uma criança querendo doce, mas com medo de pedir a mãe e levar sermão, retribui o olhar e ele entendeu tudo, o Madonna não percebeu nada.

Brit desceu do carro aliviado, saltitante e eu com a alma lavada, sorridente (Madonna não entendeu anda, seu rosto era uma incógnita. Um que estava triste, saiu pulando e com face de alívio, o outro que queria resolver alguma coisa, alguma coisa não resolveu). Sabia que o que tinha feito lhe proporcionaria uma dor física intensa, sem me despedir fechei o portão e ri, ri muito, meu amigo? Mais ainda.

No outro dia Madonna me ligou relatando ter sentido um odor forte de vinho amargo ao entrar no seu carro pela manhã, e ao procurar, achou em grande quantidade, vômito roxo no banco do seu carro, e o pior, tentou lavá-lo com diversos produtos, nem o cheiro, nem a mancha sairiam mais.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Folhas e Gravetos Cobrindo Minha Grama


Faz algum tempo que não escrevo aqui, acho que é pelo fato de eu ter descoberto que meu namorado vem freqüentando assiduamente meu blog, mas não importa hoje, nem dia nenhum.

Estava prestes a dormir, mas uma memória se inquietava em minha cabeça, uma memória de “não sei o que”, algo me incomodava, revirei na cama de um lado a outro, comecei a retirar as folhas e gravetos do gramado coberto pelo outono, era coisa de mais de cinco anos, fiz um monte gigante ao redor, mas achei, ali estava! Fresco em minha memória, como se tivesse acontecido ontem.

Tive um amigo há algum tempo atrás que hoje me bateu uma saudade enorme, na verdade eu o vi na rua, passou por mim como se tivesse passado do lado de um mendigo (insignificantemente), confesso que sinto um aperto no peito quando me lembro dele! Seu codinome era Brit, nos conhecemos através do Marcelino troca-Tapa, um cara super legal, que adorava sair, como eu na época. Todas as danceterias que abriam, com exceção da Josephine, nós íamos: Puska, Lounge 70’s, Scape (tenho todos os Flys guardados até hoje), dançávamos até esgotar todas as energias, bebíamos, conversávamos, enfim, fazíamos tudo que amigos faziam. Isso durou um ano, após este, ele sumiu, simplesmente desapareceu, não me ligava, nem atendia meus telefonemas. Descobri que ele havia terminado o segundo grau e com isso seu estágio também, me falaram que ele havia passado a ser um zero a esquerda, que não tinha mais dinheiro para sair e por isso ninguém fazia muita questão de procurá-lo.

Resolvi insistir em falar com ele até que as coisas começaram a caminhar, começamos a encontrar mais, dormíamos um na casa do outro nos fins de semana e trocávamos segredos profundos e hediondos de nossas vidas. Os finais de semana em que minha mãe viajava era sempre motivo de festa, aprontávamos todas em casa, se não era bebendo, era dançando na webcam com nossos amigos, escutando música, encontrando caras, enfim, o que podíamos fazer, fazíamos. Ao contrário do que pensam até hoje, nunca tivemos nenhum tipo de relação ou atração física um pelo outro, trocávamos de roupa um do lado do outro, mas como irmãos, isso! Esse era meu sentimento por ele e tenho certeza de que ele sentia o mesmo.

Um dia destes ele conheceu um rapaz, Sr. Deprimido, o cara era deprimido de nascença! Sua vida era uma tragédia, seu pai morreu em um naufrágio em sua infância, não aceitava totalmente sua homossexualidade e adorava auto-afirmações. Tudo dele era deprimente, simplesmente o cara vivia com aquele sentimento ruim e contagiava todos ao seu redor e um dos contaminados foi o Brit, que simplesmente murchou, nunca mais foi a mesma pessoa.

O Sr. Deprimido conseguiu fazer intrigas entre nós, e por fim paramos de conversar durante um longo tempo. Quando a poeira abaixou, encontrei meu amigo ferido, sangrando por dentro, anoréxico, deprimido, suicida, simplesmente não era mais ele, não tinha o mesmo rosto, o mesmo olhar, as mesmas conversas. Me contou que o Sr. Deprimido havia o traído com um rapaz que inclusive já havia dado encima do Marcelino Troca-Tapa enquanto namorávamos, o Coruja.

Não era o mesmo, simplesmente eu desconhecia meu irmão, e a cada palavra que ele soltava eu me decepcionada mais. Ele tinha idéias suicidas, queria levar toda família junta, toda vez que ele tocava neste assunto comigo eu me sentia mais pesado, era a responsabilidade que caia sobre mim se algum dia acontecesse alguma coisa naquela casa. Uma amiga dele havia tentado há pouco depois de ele começar com estas idéias, mas seus pais a acharam na cama dopada com diversos comprimidos e a internaram por meses em uma clínica de reabilitação psiquiátrica. Quando ela saiu, eles começaram a se falar mais e ele por fim parecia ser incentivando por ela. Lastimável!

Por algum tempo eu consegui amenizar e reverter este pensamento dele, mas quando o assunto passou a ser contínuo tomar força e proporção superior à minha, resolvi recriminá-lo e reagir durante esses acessos de loucura. Até que brigamos, tudo que tínhamos construído, apoiando um ao outro se desabou em uma fração de segundos e cada um foi para um lado. Ele, ignorando todo o acontecido e iniciando uma nova vida longe da família, perto da caixa de pandora e acompanhado pela desesperança.

Hoje sei que nunca mais seremos o que um dia fomos, nem chegaríamos perto disto, mas fico triste por termos passado por cima de muitas coisas juntos, construído algo grande, para de repente, o vento mais manso simplesmente derrubar tudo, e nós, enfraquecidos, não conseguirmos erguer-lo novamente.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Primeiro Encontro, Primeiro Beijo


*Há uns dois dias atrás, comemoramos um mês de namoro e o Rapazinho (não citei anteriormente, mas esse pseudônimo é por ele ser mais novo que eu e ter uma feição de menino novo) escreveu-me:

“Ahh! Um mês já se passou, mas parece que foi ontem o dia em que, num monótono sábado a tarde, entrei no não menos monótono “MSN” e me deparei com um tal de D*$¨%#@ (Isso não é palavrão, para me privar prefiro colocar aqui Mister Thinker). Confesso que achei a foto do perfil bem estranha, mas com o decorrer da conversa fui me interessando e aquela imagem inicial de um carinha comum e blasè se desfez por completo. Lembro do convite para assistir ao filme. Aquilo seria a salvação do meu sábado entediante [a segunda opção: assistir “Super Nany”]. O medo foi chegando a medida me aproximava do local marcado. Mil interrogações sitiavam minha cabeça: "Será que ele é legal?", "Será que ele é bonito?", "Será que ele é muito afeminado?". Elas somente foram cessadas quando, de longe, avistei aquele cara acenando pra mim. O impacto foi tamanho que não sabia o que pensar ou fazer. E fiquei ali parado por breves segundos. A partir da aproximação, novas dúvidas surgiram: "Será que ele gostou de mim?", "Será que estou agradando?", "Será que ele está achando meu papo ruim?".

Com o passar do tempo, você foi acalmando minha inquietação interna com sua conversa, seu jeito doce e honesto de se comunicar, sua espontaneidade. Por longos 30, 40 ou quem sabe 50 minutos, busquei coragem pra dizer o que havia sentido desde a primeira vez que coloquei os olhos em você: Uma imensa vontade de te beijar.

Longo suspiro... uma pequena pausa na conversa. Maldito e corriqueiro silêncio, que causa grande constrangimento quando ocorre entre pessoas com pouca intimidade. Contudo, aquele silêncio era o prólogo de um momento mágico que estaria por acontecer. Um turbilhão de sentimentos tomava conta de mim. Ansiedade, medo, desejo. Isso tudo resultaria num esperado, longo e doce beijo. Talvez o melhor beijo da minha vida. Bem, não sei ao certo, já que tivemos tantos depois dele. Mas cada um tem seu encanto, e um é sempre diferente do próximo.

Esse foi a minha versão do nosso primeiro encontro e primeiro beijo.
Te amo!


*Sei que daqui a pouco passará um ano e nem ligaremos mais para meses e sim anos, e com o decorrer da vida, se estivermos juntos, acabaremos por esquecer datas e essas coisas que julgaremos como "triviais"... Mas por enquanto acho que posso curtir essas futuras superficialidades como garoto de 17 anos, afinal, faz parte do início de um relacionamento.