segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pensando Pelos Cantos


Sábado dei uma “escapulida” e fomos eu, Afrodite e Lesada (Acho que não precisa explicar o codinome uma vez que já diz o suficiente. Mas ela é a antiga e nova namorada da Afrodite) para um bar beber alguma coisa e quem sabe jogar, pois, naquele dia queria espairecer minha mente já que durante a manhã e tarde havia parado para arrumar minhas coisas e minha caixa de recordações.

Nesta caixa havia todas as lembranças que eu guardara desde os 16 anos, chocolate, bala, cartões de amigos, namorado, sejam lá quem me dava, eu guardava! Acho que era algo patológico. Para se ter uma idéia, havia até papel da camisinha que usei quando perdi a virgindade! Sim! Muita coisa louca havia ali dentro que me fez despertar pensamentos e situações antigas engraçadíssimas como as “Quintas Biológicas” que aconteciam quando eu era graduando em biologia da sala da Afrodite, Maria Biscate, Biscate, Romanel... bons tempos. Lembro que no dia do meu aniversário elas fizeram uma festinha muito boa para mim, inclusive no dia o Giò estava junto! Foi fantástico, tomamos o Uísque verde muito caro do marido da Biscate e o espumante (coisa que eu odeio muito mesmo... tem um cheiro forte de feijão na água há uma semana). Nossa! Realmente eu passei mal este dia, mas valeu cada segundo.

Lembrei de quando eu conheci o meu Amigo de Verão, o Enganador (já citado no post do ano passado) e o Soldado (meu primeiro Ex namorado), assim prefiro lembrá-lo, pois adorava seu conjunto de moletom ganho quando serviu o exercito, pena que a polícia o usurpou (qualquer dia eu conto o motivo...). Viajamos uma vez para Sete Lagoas juntos, recordo exatamente o momento em que estávamos na estrada, com os vidros do carro abertos e uma música do “The Smith” tocava. Ambos estávamos muito animados, foi algo sem planejamento.... pena que não terminou bem, pelo menos não para meu Amigo de Verão, pois o Enganador, como sempre, o enganou e voltou com outro cara, o... o.... Sabe que para ele eu não vejo pseudônimo?! Acho que eu o via de uma forma tão horrenda que não consigo pensar em nada “saudável” para nomeá-lo... Foi ele que separou-nos, antipático, arrogante, ciumento! Infelizmente burro igual a uma porta, mal sabia falar e se julgava intelectual por gostar de Adriana Calcanhoto... Lastimável... não passava de um Aspirante Cult estereotipado com roupas xadrezes e “fashion”...

Enfim, companhia feita, de bebida cheios e com muito sono, fomos dormir na casa da Afrodite. Lembro de ter despertado quatro horas depois, com um gosto de álcool na boca, rosto amassado, cabelo desarrumado, desorientado, arrependido de ter jogado fora muitas lembranças boas e apressado para assumir um plantão de dez horas no Hospital.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O Juizado


Antigamente eu tinha uma galeria de “amigos”, a Kelly Osbourne (Ele parecia demais com ela, com aquela cara redonda), a Cafezinho (Porque ela usava uma calcinha com corações vermelhos parecidos com aquela marca famosa de café e por ela ser pequena e morena), Christina Aguilera (O apelido veio por ela ser fanática com a cantora e tentar ser parecida com ela), Dundinha (um conhecido nossa deu a ele esse nome por ser moreno (sem preconceitos!!!)), a Di do Audi (ela jurava de pés juntos que tinha um Audi...rs), dentre outros. Sempre saíamos muito juntos, éramos unha e carne, todos os dias, de segunda a segunda nos encontrávamos para divertirmos. Naquela época eu ainda fumara, então, era um maço de cigarros que ia rasgando meu pulmão por encontro.

Lembro que nesta época fomos para um antigo local chamado Puska. O lugar ficava ali no bairro Barro Preto perto do Fórum, era grande, cheio de luzes rosas e vermelhas por dentro, uma pista de dança grande e bar no primeiro piso, já no segundo havia várias mesas, uma sinuca e uma vista para o andar abaixo. Neste dia nós estávamos animados a jogar. Bola vai, bola vem, não sei o que me deu na cabeça, mas senti que tinha que olhar para o piso abaixo do nosso. Escorei na divisória e percorri com os olhos todos os lados, até que vi diversos homens de terno preto e um deles com uma flor gigante no bolso, olhou para mim e sem apavorar, mas com a face horrorizada corri em direção aos meninos e consegui soltar apenas uma palavra “Juizado”, todos empalideceram e quando eu olhei para traz estavam dois Barman’s nos pegando pelo braço e guiando-nos a descendo das escadas do fundo, enfim, nos abandonando dentro do estoque de bebidas. Não me concentrava naquele instante para ter uma boa idéia se nos achássemos, apenas imaginava eu, Thinker, menor de idade, que ainda não havia falado com meus pais sobre minha opção sexual, sendo levado dali e deixado em casa sob viatura da polícia ou pior, meus pais me buscando em na delegacia, ou algo do tipo, e o oficial explicando exatamente onde eu estava.

Não consegui ficar em pé, quase desfaleci ao ouvir passos de alguém se aproximando do estoque onde estávamos. Meu coração batia profundamente, a maçaneta rodou, destravou a porta, abriu e entra então um dos Barman’s pedido para sairmos já que “o Juizado” havia deixado o local. Respirei aliviado e ao mesmo tempo abraçamos o Barman que havia adiado mais uma vez a minha confissão à minha família sobre quem eu realmente sou.

O Cara


Lembro-me como se fosse ontem, eu havia acabado de sair da escola, cursava o segundo ano, estava de mochila, tênis e calça jeans. Caminhava para um restaurante ali perto a fim de uma boa refeição. Ao atravessar uma rua percebi que um carro parara e dele descera um rapaz alguns anos de idade a mais que eu, ele projetara um sorriso para mim como se fosse para uma pessoa conhecida. Juro que olhei para trás achando que havia alguém, mas eu estava enganado. Entrei no restaurante logo na frente dele que ainda me flertava, descansei minhas costas deixando a mochila em uma das mesas e fui me servir.

Sentei, iniciei as garfadas suculentas no meu recheado e montanhoso prato de comida até que fui interrompido por uma voz que solicitara minha autorização para sentar-se na minha mesa. Sem perceber balancei a cabeça positivamente ainda com o olhar fixado em meu prato e quando fui perceber era o Cara lá de fora. Ele era bonito, usava roupa social, pele clara, olhos castanhos claros, cabelo liso e espetado, parecia ser um pouco mais alto que eu e corpo forte. Continuei a comer, um pouco mais tenso, pois sentia que a cada instante ele me olhava, me constrangendo e fazendo com que eu perdesse o apetite.

“Thinker”- disse curiosamente - “Não se lembra de mim? O Cara!”. Soltei o garfo instantaneamente após ouvir meu nome e olhei fixamente para ele com um ar de “vou descobrir quem é”. Minhas bochechas coraram e eu lembrei, o Cara! Trabalha no campus da minha mãe e eu já conversara com ele uma ou duas vezes, mas nada demais, algo do tipo “conversa de elevador”.

Conversamos durante muito tempo no restaurante, ele tinha uma lábia, muito assunto e algumas experiências instigante para um bom ouvinte ficar interessado. Depois, chamou-me para ir ao cinema, e eu inocente, achando que havia ganhado um novo colega, quem sabe amigo, aceitei o convite. Até que quando as luzes se apagaram, o filme se iniciou... “batata”....aconteceu o que eu não havia imaginado, ele me abraçara e com grande vigor me deu um daqueles beijos de novela, mas com língua (risos), porque não sei se já perceberam, nas novelas não colocam língua, diz a Deborah Secco que é para não ficar com a boca muito aberta e as bochechas virarem um precipício de tão afundadas que ficam (coisa de estética visual). Enfim, não assisti ao filme, e para falar a verdade não sei nem do que se tratava, nem o título eu sabia!

Ele me deixou em casa, prometendo me ligar logo pela manhã seguinte. Senti meu coração bater, não sei se foi muito forte, mas bateu o suficiente para cativar o Cara. Com o tempo (duas semanas) infelizmente ou felizmente percebi que não éramos feito um para o outro, não para namorarmos. Ele era independente, bonito, tinha seu emprego, já estava prestes a findar seu curso superior, gostava de mim, sempre me tratara bem, mas sabe quando sentimos aquele frio na barriga e a aceleração do coração só de pensar na pessoa? Não tinha, assim, após uma franca conversa decidimos que não investiríamos em um relacionamento, pelo menos não amoroso.

Assim se fez um grande amigo na minha vida, com um lugar enorme reservado para ele no meu coração. Um cara que posso contar a todo instante, que me apóia no que precisar, que estará ali nos momentos mais difíceis e mais fáceis da minha vida, que nunca se afasta de mim, enfim, o Cara!