sábado, 10 de outubro de 2009

Eu Desejo



Amanhã, eu desejo ver o sol nascer, deliciar-me com os raios do brilhante cristal do horizonte e quero me realizar em antecipação aos raios do sol que ilumina o céu escuro da manhã.

Quero que as preocupações do dia dissolvam-se em visões de tempos melhores. Que algo interceda contra assombrações dos sonhos do meu passado e que reze para que as nuvens descansem em pleno conforto naquele céu azul. Eu peço primeiro à luz para trazer consigo uma força para o amanhã, como a realidade vem tão rapidamente, como raios de sol iluminam a escuridão...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

VerdeMar


Há duas semanas fui ao clube com uma amiga, cujo codinome aqui será Lesada, para aproveitar o Sol e abstrair problemas passados. Literalmente quaramos, ficamos escuros, assados, quase queimados. Quase pegando no sono, me veio a lembrança do evento ocorrido no local, acho que cheguei até a escutar o som da festa por um momento. Acordei alvoroçado e lembrei-me de tudo de uma só vez.

Estava muito quente no dia, o sol escaldava a todos que se atrevessem sair de debaixo da sombra. Havia pessoas para todos os lados, gostos e pesos. No dia estavam dando bebidas alcoólicas grátis (imagina a tragédia), eu, muito educado na época, esqueci que amanhã o mundo não deixaria de existir e acabei entornando tudo que aparecia pela frente, um aspirador de pó na rua da favela mais suja do mundo. Era Cerveja, Shop, Campari, Cuba, Cuba... Muita bebida. A todo o momento eu estava ali na fila repondo o que me faltava, até que um rapaz, um Garçom, me chamou no balcão e me perguntou que queria, eu, já “mais lá do que cá”, solicitei o que queria e tratei de voltar à piscina. Comecei a achar estranho foi porque a todo o momento que eu estava na fila este Garçom me chamava lá na frente, esboçava um sorriso intenso e branco de cegar qualquer um e me servia à vontade.

Houve um momento em que não me suportei mais ficar em pé, assim, sentei e dormi onde estava alocada minha família, ou pelo menos parte dela. Perdi a consciência, que dizer (risos), “apaguei” amargamente por duas horas. Quando acordei estava quase por terminar o crepúsculo, as luzes não haviam sido acesas no local, levantei, olhei ao redor e percebi que quase ninguém estava mais no clube. Respirei fundo, fui ao banheiro, voltei com uma garrafa de água na mão e sentei onde havia dormido, a fim de esperar minha família que havia sumido.

Quando menos esperava, o garçom apareceu e sentou-se ao meu lado, estava com uma camiseta branca, bermuda bege, moreno claro, olhos profundos e verdes, o mais VerdeMar vivo que existe, cabelos castanhos claros, aparentando ter seus 24/25 anos, quem sabe. Eu, ainda “inocente”, “sem saber” o que viria pela frente, aceitei a presença dele ali ao meu lado. Confesso que ele foi o cara que mais me elogiou até hoje, tudo que ele via referente a minha fisionomia, ele elogiava, eu fiquei sem lugar naquele momento e com apenas um gesto apontei um lugar onde poderíamos ficar “à vontade”.

Não ultrapassamos nada além do beijo. Confesso: tentado, realmente ficamos, mas paramos a tempo. Ficamos escondidos, juntos, por duas horas, não percebi o tempo passar, até que não conseguia enxergar muita coisa além do meu nariz. Despedi-me dele com um intenso beijo, olhei para aqueles brilhantes olhos verdes pela ultima vez e sem pedir telefone ou qualquer forma de contato, fui embora. Escutei-o perguntando alto, sentado ainda onde havíamos ficado: “Mas a gente não vai mais se falar?”, mas fingi não ouvir...

Talvez tenha feito isso por saber que eu estava agindo errado, nada além daquele tempo poderia perdurar. Aquele momento estava sendo o primeiro de várias vezes que enganara o Marcelino TrocaTapa, já que tinha certeza de que ele me traíra.