Ai, ai... Não sei se rio o se choro ou se me deixo magoar por determinados momentos de minha vida...
- Ih! Mister Thinker! La vem bomba...
Ontem estávamos na cama, prestes a dormir, balbuciando algumas frases condizentes com nosso cotidiano ocupacional, quando de repente escuto o seguinte:
“(...) Oh Amor! Eu sinto tanta falta dos nossos momentos de namorados. Lembra quando íamos para o Motel? E quando eu ficava em casa doido para lhe ver? Te dar aquele cheiro no pescoço? Você lembra? (...)”
-Ih Mister Thinker! Agora F#@$#@!
Creio que o mínimo que ele quis dizer era que eu não estava bom da forma que estou, ou queria ir ao motel, ou pelo menos estava interessado em sexo. Eu, sem muitos frisos pela língua, retruquei sutilmente informando que o prefiro hoje, o Husky casado, ou pelo menos quase casado. Que vive ao meu lado, que tem mais amor por mim que antes, acho, e que compartilha as coisas, “acho” também. O que vivemos no início foi algo bom devido ao “conhecer o estranho”, desvendar as condutas e partes dos nossos belos corpos, viver o desconhecido com o desconhecido. A curiosidade é um sentimento bom, animador, criador de expectativas que nos incentiva a desvendar o real. Por fim, acabado o sentimento, caso o amor não tenha amadurecido concomitantemente ao desconhecido, o relacionamento se dá por findado, já que nada mais os prende um ao outro.
Logo após este discurso ele refletiu sobre o assunto e confirmou a verdade perante os fatos. Dormi sem escutar os seus murmúrios e “lamejas”, estava chateado o suficiente para querer manter-me isolado nos próximos anos de qualquer pessoa que esboçasse o interesse em ter um relacionamento comigo.
Quando levantei, já era dia, o enegrecido dia de hoje devido ao horário de verão que me deixava interessado em sair mais cedo para ver o Sol nascente. Sai com o carro e, pensante, fui até o trabalho...
Ainda estou um pouco arrasado, fico imaginando o que ele tem em mente, pois, o que posso fazer de melhor, eu realmente faço, mas para que? Já que ele me conhece, não tem nada para me desvendar e sim controlar e se adaptar à determinados costumes. - Jesus! - Definitivamente, o que ele tem na cabeça? Se ele me prefere como antes, como namorado, já que não me conhecia bem, quem dirá os alunos de musculação da academia que ele dá aulas...
- Que viagem, Mister Thinker!
Pode realmente ser “uma viagem” minha, mas que no fundo tenho um leve razão e uma teoria da conspiração embutida no raciocínio, tenho sim Senhor!
Agora, penso nas pessoas que vivem suas vidas solteiramente felizes, um cara por mês/ano, sem compromissos fixos e sem desaforos para levar durante seu leve e singelo sono que, até então, deveria ser dos justos.
- Indignado, Mister Thinker?
- Não, apenas vivenciei um leve choque ao me deparar com o conceito de homem... São todos iguais...