terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Sono dos "Não Justos"



Ai, ai... Não sei se rio o se choro ou se me deixo magoar por determinados momentos de minha vida...

- Ih! Mister Thinker! La vem bomba...

Ontem estávamos na cama, prestes a dormir, balbuciando algumas frases condizentes com nosso cotidiano ocupacional, quando de repente escuto o seguinte:

“(...) Oh Amor! Eu sinto tanta falta dos nossos momentos de namorados. Lembra quando íamos para o Motel? E quando eu ficava em casa doido para lhe ver? Te dar aquele cheiro no pescoço? Você lembra? (...)”

-Ih Mister Thinker! Agora F#@$#@!

Creio que o mínimo que ele quis dizer era que eu não estava bom da forma que estou, ou queria ir ao motel, ou pelo menos estava interessado em sexo. Eu, sem muitos frisos pela língua, retruquei sutilmente informando que o prefiro hoje, o Husky casado, ou pelo menos quase casado. Que vive ao meu lado, que tem mais amor por mim que antes, acho, e que compartilha as coisas, “acho” também. O que vivemos no início foi algo bom devido ao “conhecer o estranho”, desvendar as condutas e partes dos nossos belos corpos, viver o desconhecido com o desconhecido. A curiosidade é um sentimento bom, animador, criador de expectativas que nos incentiva a desvendar o real. Por fim, acabado o sentimento, caso o amor não tenha amadurecido concomitantemente ao desconhecido, o relacionamento se dá por findado, já que nada mais os prende um ao outro.

Logo após este discurso ele refletiu sobre o assunto e confirmou a verdade perante os fatos. Dormi sem escutar os seus murmúrios e “lamejas”, estava chateado o suficiente para querer manter-me isolado nos próximos anos de qualquer pessoa que esboçasse o interesse em ter um relacionamento comigo.

Quando levantei, já era dia, o enegrecido dia de hoje devido ao horário de verão que me deixava interessado em sair mais cedo para ver o Sol nascente. Sai com o carro e, pensante, fui até o trabalho...

Ainda estou um pouco arrasado, fico imaginando o que ele tem em mente, pois, o que posso fazer de melhor, eu realmente faço, mas para que? Já que ele me conhece, não tem nada para me desvendar e sim controlar e se adaptar à determinados costumes. - Jesus! - Definitivamente, o que ele tem na cabeça? Se ele me prefere como antes, como namorado, já que não me conhecia bem, quem dirá os alunos de musculação da academia que ele dá aulas...

- Que viagem, Mister Thinker!

Pode realmente ser “uma viagem” minha, mas que no fundo tenho um leve razão e uma teoria da conspiração embutida no raciocínio, tenho sim Senhor! 

Agora, penso nas pessoas que vivem suas vidas solteiramente felizes, um cara por mês/ano, sem compromissos fixos e sem desaforos para levar durante seu leve e singelo sono que, até então, deveria ser dos justos.

- Indignado, Mister Thinker?

- Não, apenas vivenciei um leve choque ao me deparar com o conceito de homem... São todos iguais...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Enfim, Quase Casado


Acho que desta vez eu exagerei... Foram um pouco mais de dois meses que aqui não habito, fiquei com medo de terem desospedado meu blog por inatividade... - ah... - Mas isso não aconteceu.

Um pouco mais de três meses casado eu posso dar um leve diagnóstico de como as coisas são, confesso que é gostoso acordar com a pessoa amada todos os dias pela manhã, ver seus gigantes olhos azuis me flertando perante o amanhecer, em contrapartida, odeio ver seus olhos mal humorados me criticando em momentos de egoísmo alheio.

Nosso relacionamento está indo bem, as coisas de modo geral. É claro, às vezes temos algumas briguinhas, provenientes do choque idiossincrático, e ele se transforma de um Husky Siberiano para um lobo cruel e sagaz que lacera integralmente minha pele e me deixa desorientado no chão.

Logo que saí de casa minha mãe ficou louca, seu pródigo filho estudioso e batalhador, nas mãos de um Husky Siberiano selvagem que não conhecera. O que ela iria fazer? E se ele o matasse? Para falar a verdade ninguém da minha casa sabia quem era o cara que todos os dias eu encontrava e que naquele momento fazia-me sair de casa para adquirir uma vida conjugal. Realmente todos ficaram atordoados com a notícia de que eu sairia de casa. Assim, tratei de trazê-lo às minhas mães que logo viraram amigas íntimas, falaram mal de mim os três juntos, encontraram defeitos vivenciados em nossas distintas relações e fizera deste, inicialmente, o assunto âncora para firmarem uma relação.

Logo que entramos para a casa compramos todos os móveis, vasilhas, enxoval... etc, necessários para nos aconchegar. Sabe, é muito bom fazer isto junto, você começa a imaginar coisas e coisas. Acho que fiz a escolha certa sim.

Quanto ao resto, acho que não penso mais naqueles caras retardados que me fizeram sofrer e criar um monstruoso sentimento de vingança, que já passou, diga-se de passagem. Mas há um que me deixou saudade, como amigo, confesso estar criando coragem para contatá-lo.

- Quem é, Mister Thinker?