Enquanto a Churupita corria e brinca com seu ursinho pela
casa toda sem imaginar o que está acontecendo, mantenho-me “são”, sem discórdias
verbais e mentais, apenas neutro para a decisão que tomei para minha vida.
Será que ele está chegando com seu carro barulhento? Abrirá
a porta e sorrirá para mim como no dia em que nos conhecemos? Sentirei seu
cheiro algum dia novamente?
Não sei mais se tenho qualquer certeza da nossa vida...
Infelizmente no momento em que estamos nada mais pertence a nos dois. As
churumelas e baboseiras que se dizem no casamento sobre o amor simplesmente se
tornaram baboseiras e verborragias incessantes de um momento que nunca vivemos
e/ou viveremos...
Sobreviver? Viver? Não sei o que mais diz meu pensamento,
acho que o bom e velho vinho italiano me entorpeceu e nem sei mais como
expressar meus Brains torn pessoais. Nada melhor que sair do nosso corpo e
compor uma história que nunca viveremos, pensar em coisas boas, não sentir
muito bem os movimentos e simplesmente estar ali, sem pensamentos deturpadores
e cobradores da infeliz sociedade que come com milhares de talheres à mesa, simplesmente
para a afirmação do auto controle sobre seu “animalismo” que provem do instinto
humanamente velho de mundo, se é que posso dizer isto.
Como sinto a falta dO Cara... sempre íamos em alguns lugares
para rir da sociedade falsa, fingida e, particularmente, aparecida... Como você
me faz falta... Como éramos divertidos juntos. Como eu sorria
indiscriminadamente junto de você, mesmo em plena tragédia humana, riamos,
sejam dos problemas alheios ou dos nossos próprios conflitos. Como nos dávamos
tão bem, Cara!
Sinto muito por ter lhe deixado pela situação que achava ser
boa para mim. Sinto muito por ter chamado você de arrogante e ciumento hediondo...
Acho que queria meu bem, queria que eu não perdesse a minha essência que hoje
padece dentro de mim e me faz a pessoa que sou.
Às vezes me pego pensando no que estaríamos fazendo se não
tivesse tomado esta decisão. Quem sabe em alguma dimensão não vivemos bem, para
compensar o que passo hoje? Quem sabe não temos nossa casa na praia como você
sempre queria? Imagine?! Estaríamos em uma pequena ponte de madeira a beira mar,
sentados juntinhos sentindo a água em nossos pés, vendo o Sol poente descendo a
um caminho favorável, porém bastante entristeceste, já que estaria por
partir...