terça-feira, 13 de novembro de 2018

Um Grande Balde D'água



Não adianta tentar esquecer o que não pode ser esquecido, está cravado em mim a vontade de ser saudosista! Não adianta tentar fazer eu esquecer dos tempos, cada um em sua camada e espessura peculiar, singelo como um leve sopro no ouvido ou um furacão que leva as roupas do seu varal para um estranho que vai encontra-la a quilômetros de distância.

Este saudosismo parece um botão acionado pelos meus sentidos, que imediatamente remetem a imagens e sentimentos que me dão gosto de ter vivido os momentos que vivi na vida! Não que eu esteja morrendo e refletindo sobre o bom da vida! Nunca! Embora nascer seja sinônimo de morrer (pelo menos para mim), estou bem! O problema é a saudade, e não adianta, ela aparece do nada, e como um pomposo lutador de MMA, acerta bem na sua cara e te deixa estarrecido no chão, tentando se recuperar daquele golpe que, não necessariamente, foi justo. É algo que existe apenas como sentimento e não deve ser tida como esperança, pois a realidade vivida nunca mais voltará! Aquela sensação de liberdade, aquele sentimento de poder e a irresponsabilidade a flor da pele, dificilmente retornarão. Os momentos de um colo amigo, de segurança, de tranquilidade naquelas grandes épocas gostosas da vida, não serão os mesmos. Trata-se, na verdade, de um grande balde d'água generosamente gelado, que arrepia a pele e descola a alma do corpo por uma fração de segundos...

Acho que isto se trata do que eu e a Lesada.com conversamos alguns meses atrás. Na adolescência e jovem adulto, vivemos intensamente, com muitas novidades em um curto espaço de tempo. Será que eu estou sentindo falta disto? Algo mais espontâneo e frequentemente modificado? Novidades cansativamente contínuas e uma vida muito louca de noitadas regadas a bebida e muita risada?

Eis a questão, acredito eu, que será resolvida na crise dos 40 anos...  


sábado, 3 de março de 2018

O Melhor dos Desabafos



Olha, saudosismo é, definitivamente, um de meus sobrenomes, além de outros bem outsiders e medonhos quanto possíveis.

Bom, depois de mais uma temporada fora, não pude deixar de aqui “ciscar” e descobrir/relembrar o que havia escrito há um ano atrás. Realmente, essa música “Jack” remexe com os meus mais hediondos pensamentos sobre o amor, principalmente regados por um bom Vinho Rose Pamplemousse e aquela vontade de escrever.

Confesso ter amado francamente o dia em que eu fui morar com o Husky Siberiano, mesmo que após, tenha acontecido toda aquela “Big Fat Shit”, foi bom sim! Não só pelo fato da vivência momentânea em si, mas pela grande experiência que tive, além de morar fora da casa de meus pais, foi a oportunidade que tive para me relacionar integralmente!

A-D-O-R-E-I o dia em que reconheci o Jack como um dos possíveis homens da minha vida, um cara muito simpático e agradável! - Lembra da viagem para Ouro Preto? Meu Deus! Que momento memorável acordar do lado dele, dois “pentelhos” perdidos em uma cidade histórica, sem grandes histórias, apenas unidos pelo sentimento em comum que, não muito adiante, acabaria esvaecendo. Pena que foi pela distância que tudo desabou, quer dizer, além da iniciação sexual dele e a necessidade de muitos, mas muitos homens...

O melhor presente que tive foi o Fernando, um rosto magnífico, um toque sedoso, uma conversa fabulosa, presença memorável e um amor incondicional por mim que eu tinha medo de lidar! Morria de medo de apaixonar e perder o homem da minha vida, o amor que um dia morreria em um acidente e nunca mais viria. Amei enquanto pude e como pude, hoje o que resta são lembranças que ainda anseio reviver...

Marcelinho TrocaTapa! Meu deus! Que delicia as nossas saídas, nossas risadas que mais pareciam de crianças! Achava o máximo ser o namorado dele, na época, um menino ingênuo, mas ambicioso e dominador que adorava o dinheiro advindo da mais custosa forma (Pena que isso mudou hoje e se tornou ostentação em seu Facebook)! Foi o meu maior exemplo de vida! Hoje sou grato por ter me espelhado nele e ter adquirido tudo que tenho.

Coelhinho! Embora eu nunca tivesse sido viciado em drogas ilícitas, adorava o cheiro do quarto dele, era um odor forte de maconha emaranhada em sua colcha que me fazia sentir em casa, era simplesmente a melhor lembrança que tinha em seus braços! Aprendi demais com ele! A ignorância que pairava sobre mim trouxe a lucidez a partir do dia em que te conheci, pena que ele não soube controlar seu membro entre as pernas, mantendo-o exclusivo a mim...

Isto é Resiliência! Não acho que nada tenha me feito mal a ponto de martirizar o resto da minha vida! Hoje vejo como experiências que geram um sentimento grotescamente saudosista e que me fazem querer reviver, mas não mais para sentir aquela dor, mas pelo prazer dos bons momentos.

Sim! Hoje tenho excelentes momentos com meu namorado, mas sabe quando você tem aquele sentimento gostoso quando escuta uma musica e vem um friozinho no estomago por lembrar de determinadas situações? Exatamente isto! Foi gostoso o começo e parte do meio. O resto que foi uma grande furada, não mais tem algo a ver com meu contexto, passou...


Obs.: E mais uma grande saudade? Sim, meus antigos amigos, Jack, Lesada e a Syl assistindo  a um grande espetáculo solar, o Crepúsculo ao som de Adriana Calcanhoto e anseios sobre o fim. Jesus! Poderia dar algo que estimo por este momento, sabe porque? Era uma amizade sincera, onde não havia maldade, apenas todos quatro vendo mais um dia indo embora e mais um momento de nossas vidas se acabando. Um sentimento incomensurável que sentirei falta pelo resto da minha vida...