sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Um Breve Balanço Sobre a Vida Contemporânea

734 Sad Man Sitting In Sunset Stock Photos, Pictures & Royalty-Free Images  - iStock


Com a cabeça vazia, sem muito o que pensar na estrada, em plena chuva torrencial, dirigindo, sem pensar nos riscos, mas nos vividos e rimos da vida, lembrei desta minha “âncora” chamada Blog. Não estou velho, mas não sou mais jovem como em 2008, quando escrevi meu primeiro post (se é que chamam desta forma hoje...). Amadureci, cresci e vivo momentos, retratos, filmes da vida como ela e, às vezes, como ela deve ser. 

Profissionalmente adquiri sete títulos de especialização, um mestrado e um doutorado. Trabalhei desde empresas pé rapadas na beira da boca da favela, até uma das mais conceituadas do Brasil. Eduquei alunos como docente, influenciei pessoas como ser humano e acabei por sucumbir de um sonho que acordei de forma abrupta, mediante a maldade humana (Nada fora do normal na atualidade), mas que me impressiona a cada segundo, onde vemos que as pessoas são capazes de absolutamente tudo, unicamente pelos seus interesses... Mas como um ser humano evoluído e próspero, o cair não fez de mim um paraplégico. Assim, levantei, me limpei e dei um grande salto que nunca imaginei alcançar tão alto como hoje, como empresário.

 

- Nossa Mister Thinker! Há quase dois anos sem vir aqui e, quando aparece, traz estas notícias?!

 

Desde quando este blog foi sobre boas notícias? Sempre foi um ensejo para relatar inquietações e problemas que, às vezes não conseguia falar muito com meus amigos, até mesmo para não parecer chato, ou seja: ser como às vezes nós na vida devemos ser, pessoas sem lamúria excessiva, pouco saudosistas, bochechas rosadas, levemente emagrecidas as mulheres e homens esportivamente aparentes e malhados, sem grandes barrigas e o peitoral sempre firme e empinado anteriormente para impor a postura de seu gênero..... (risos). Hoje isto “caiu por terra”, não é verdade? Pena que, muitas vezes, ainda temos a percepção da mesmice de que vivemos a décadas atrás, diferentes da sofrida, cansativa, presunçosa e presente década com sua estranha geração.

 

Em meio a esta louca década, vivi experiências que nunca havia imaginado, alcancei objetivos nunca planejados, conheci boa parte da Europa, adquiri minha independência financeira, aprendi a falar russo, vi colegas morrerem, surtarem e alguns ficarem estagnados na inércia deste grande caos organizado meticulosamente para sacanear os “sãos” de mente. Acreditam que o Marcelino Troca Tapa, surtou, ficou internado em um Hospital Psiquiátrico e hoje, depois de anos, está em casa, com um câncer agressivo, alucinado e com a aparência completamente diferente de quando o conheci? (A gravidade é cruel e pessoas conseguem ser pior ainda.... Eu quem sei o que ele passou estes anos, depois de seu relato a mim). Acreditam que o Husky Siberiano hoje é pastor e está pregando hipocritamente, em uma Igreja fervorosa e rígida, sobre sua opinião contrária a homossexualidade? “Mal eles sabem que ele continua o mesmo”, dizem os ventos sinceros que refrescam nossa cabeça e atiçam nossas memórias para lembrarem da vida já vivida, uma vez que eles são eternos e viajam ao redor da terra, e na mesmice voltam e acabam por nos fazer captar o que já viram e o que vivemos (penso em um círculo vicioso).

 

- Mister Thinker, como foi o COVID-19? Quem diria que esta praga se alastraria pelo mundo, hein?

 

Aconteceu e ainda acontece, mesmo que o estado de emergência em saúde pública tenha sido suspenso, se não me falhe a memória, em abril de 2022... A saudade de uma vida livre é o ápice que tenho cravado em minha memória, mesmo que tudo tenha se atenuado, ainda sim, toda esta situação nos arrastou, nos obrigou a seguir um caminho o qual, em teoria, não estávamos preparados, muitas coisas fecharam, serviços sucumbiram e a sociedade vai levar o mártir pelo resto da vida. Amores foram perdidos, familiares afastados, rotinas quebradas, desespero instalado, mas, entre mortos e feridos, sim, vários morreram e vamos sentir falta (saudosismo patológico?)!

 

Acho que a vida não é mais tão leve como era não. Volto ao meu momento mais alegre da vida, o final da adolescência e início da jovialidade adulta. Tudo tão menos complicado, a fala era algo natural que saía de sua boca e, muitas vezes, era levada pelo vento e não acrescida de opiniões, muitas vezes perniciosas. A globalização estava em um ritmo ainda “lento”, se comparado aos dias de hoje. Não sabíamos imediatamente o que ocorria no mundo e nossas mentes ainda estavam condicionadas a pensar de uma forma menos pesada. Hoje se você fala algo sem pensar, é apedrejado, “cancelado” (é assim mesmo que se diz?) repudiado (Claro, existem pessoas sim que falam asneiras, mas tem algumas que são extremamente doloridas e não faz sentido as ênfases e “dolorimentos”). Antes era um herói, em questão de 10 minutos vira o monstro.... Falando neste assunto, não vou entrar aqui no mérito dos aplicativos de vídeo que deixam a cabeça indolente e trouxeram atitudes humanas grotescas e que subestimam a capacidade do homo sapiens. Será que para ficar milionário terei que fazer as “dancinhas” para, quem sabe, “viralizar”? Meu Deus.... a inteligência está sendo substituída por atos obtusos, pois, o indivíduo está com tanta preguiça de pensar que o “rir” vale mais que ter a evolução científica...

 

Estes fatos desanimam quem reflete sobre a existência humana. Lembro que antigamente morria de medo de morrer, o mundo ser atingido por meteoros, ser invadido por seres extraterrestes ou até mesmo Deus irromper a terra por entre as nuvens, tocar as trombetas que anunciariam os últimos dias. Deus sabe o quanto eu temia assistir o programa “Fantástico” aos domingos receando notícias ruins, quem sabe catastróficas... Hoje isto mudou, de tanta barbárie, intolerância, perda de valores, dentre outros, quase nada me abala. Acho que se o fim do mundo fosse amanhã, com direito ao Doomsday, onde abriria as portas do céu e inferno, não me surpreenderia. Não seria um alívio, mas também não seria algo medonho em quem eu recorreria até o último fio de esperança para sobrevivência...

 

- Muita sinceridade, Mister Thinker? Seco e chato, mas sincero...Achei que viria aqui e lamentaria mais um relacionamento ou que contaria uma série perniciosa que poderia inspirar um seriado safado que seria assistido por milhões de pessoas.

 

Desde para a terra, a vida não é assim....Venho trazer as minhas verdades, como um indivíduo a ser continuamente preenchido por ladrilhos (mosaico), me moldando de acordo com o que tenho por dentro (idiossincrasia) e o que me convém por fora. Realidade seja dita, a vida pode ser classificada como boa, mas ainda sinto que o crescer e amadurecer dói e, as vezes, nos deixa sem palavras, ao lembrarmos de momentos tão menos responsáveis e inconsequente que vivemos e que hoje, não teríamos coragem de repetir, acredito que uma boa parcela dos adultos em sã consciência...


Angels or Devils