quarta-feira, 24 de julho de 2013

O Comediante


- Mister Thinker de volta! Que intrigante! Estou curioso!

Depois de muitas voltas na Terra, acreditando estar bem, sim, voltei para o meu cantinho, meu “mundinho” que muitos repudiam por achar-me completamente alienado, ou pelo menos grande parte...

- Mas o que aconteceu, Thinker?!

- Nada além do esperado...

Então, depois daquela maré de azar, mais parecido com uma das pragas enviadas “sorrateiramente” ao Egito, hoje posso contar coisas fabulosas, viagens vividas, casos amistosos, evoluções adquiridas e confianças de vida suprema provenientes das experiências por mim vividas.

Hoje consigo dormir o sono dos Deuses e acordar brilhantemente com a mente limpa, sem conturbações da vida, apenas histórias que não deram certo e que não me causam qualquer dor de vida. Confesso ter passado grandes apertos, titânicos e estrondosamente enlouquecedores para alguns. Mas hoje não passam de meras risadas e algumas vezes leves pensamentos hediondos...

Mas hoje estou aqui para delatar mais uma das minhas experiências que por sinal não ficaram fora de meu destino... Definitivamente... “Só Jesus na causa”... Vamos lá:

Uma coisa que sempre prestei a atenção em meus relacionamentos foram os rostos dos cara para os quais eu dizia “te amo” e algumas reações durante o relacionamento. Felizmente o corpo nos diz coisas, nos diz quando não estamos mais a fim, quando amamos, quando estamos perdendo o foco, quando estamos indecisos, tudo. Graças ao Anthony Giddens e seus livros mirabolantes, aprendi bastante a linguagem corporal e as “idiossincrasias” em comum entre os indivíduos – Lembrem-se, nenhuma das atitudes dos indivíduos são meramente coincidência, podem apostar a carta mais valiosa de seu baralho, é a pura verdade.

Então, estava recentemente em um relacionamento com um cara que insistiu muito para que namorássemos, confesso que não estava interessado demais devido às demandas anteriores mas logo imaginei que uma hora eu teria que “sair da hibernação”, dando a chance a alguém de mudar meus conceitos. Pessoa certa ou não, não vou questionar, julgue quem achar melhor. Mas depois de muito ele falar, eu aceitei o compromisso, mantivemos a relação que foi enriquecedora, aprendi muitas coisas, mas chegou um momento que perdi o raciocínio. De um cara romântico, passou a ser ponderado em seus atos, não em palavras, criticava até minha respiração. Eu, muito tranquilo, escutei, mas não dei a devida atenção - Não no momento -, mas passando algum tempo aquilo já começava a me irritar um pouco. Seriam críticas provenientes de um recalque? Pois eu era “anos-luz” mais bonito que ele, e o mesmo começara a perceber que as pessoas não o olhavam e seus amigos todos me elogiavam. Quando ficávamos apenas os dois não existia mais assunto e tudo que eu tentava falar era repreendido ou simplesmente recebido com um “ahãn”, quando dormíamos, normalmente parecia que éramos amigos, cada um para o seu lado ou apenas eu o abraçando, estava começando a ver hostilidade proveniente dele e quando eu falava que o amava, comecei a receber sorrisos de “canto de boca” e face pouco perdida, sem saber o que fazer.

- Espere ai Mister Thinker! Não está dando para entender o que está acontecendo.... Ou está, até demais...

Quando o questionei, recebi o seguinte comunicado verbal: “Não torne o “Eu te amo” uma frase banal, como está sendo feito ultimamente (...)”. Ou seja, guarde para você porque não quero ouvir – Mas ele quem disse a primeira e algumas vezes mais e eu falava tão pouco... Não estava entendendo.

Até que vieram os FlashBacks, os quais são os melhores, diga-se de passagem.

. O Coelhinho olhando para mim e eu dizendo que o amava, ele, sem graça, exibia um sorriso “amarelo canto de boca” (Terminamos pouco tempo depois);

. O Fotógrafo logo falou que falar “te amo” demais enjoa (Terminamos pouco tempo depois);

. O Husky não conseguia me olhar nos olhos, falava “ahãn” quando eu falava que o amava, sorria com a mesma sinceridade que a do Coelhinho e depois de algum tempo dormia apenas de costas para mim (Terminamos pouco tempo depois);

O apocalipse seria melhor! Estava revivendo tudo que passei, os rostos, as atitudes, os gestos, tudo era muito parecido. Até que a bomba estourou, já que eu estava engolindo tudo sem expelir nada. Após uma franca conversa com ele, joguei tudo para o ar e informei que não queria viver nunca mais o que me acontecera no passado, que eu gostava de franquezas nas palavras dos caras que eu me envolvia e, que para mim, depois de muito pensar, não dava mais. Valorizo-me o suficiente depois dos desastres vivenciados e dou credibilidade a minhas desconfianças e conclusões de atitudes remoídas em meus pensamentos.

Depois de muito debate por parte dele, falando que não queria me largar - “Ahãn Claudia! Senta Lá” - , citei uma frase que já havia lido em um daqueles livros filosóficos antigos da minha Tia: “Caro Senhor Comediante (Seu codinome), “Não cative o que não poderá sustentar””.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Um Buraco Negro



Esta semana, nem um pouco tranquila, com alguns conflitos mentais e afazeres supremos, fiquei a pensar no que fazer de minha vida. Sabe quanto você sente um vazio interno, um buraco negro que não existe “nada dentro”, apenas partículas conflitantes que destroem tudo que tenta chegar próximo?

Pois bem, não sou o mesmo, não sinto-me bem, apenas desfaço aos outros para não causar constrangimento e tédio. Ando muito abaixo dos meus limites de força interna, apenas sobrevivendo ao mundo, não causando incidentes e procurando por algo que até o momento não encontrei, pelo menos acho que não... na verdade não sei o que é... Sabe quando a empolgação acaba e resta o silencio da casa vazia na festa que todos os convidados já foram embora? Sim, exatamente isto. Parece que a musica parou, a festa acabou, o show findou e é hora de todos irem embora para suas casas e guardarem lembranças de tudo. Mas resta apenas eu la para arrumar toda bagunça que deixaram. Fácil para os convidados, mas para mim...

E agora? Seria este algum fim? Mas para onde ir? O caminho não é claro, definitivamente. Para onde migrar, evadir, ir, fugir? Ainda não consegui encontrar a resposta ou a diretriz desta conduta.

Concomitante a este vácuo vem saudosismos, lembranças de momentos que vivi...

- Deixa eu adivinhar... Com o Husky Siberiano!

-Não! Deixe eu terminar!

Lembranças de como a vida era fácil, como eu era um cara esperançoso e forte a ponto de levar milhares de tombos aleatórios e levantar sorrindo, fazendo o gesto mais obsceno a todos, me limpando e continuando a seguir adiante. Mas agora, nossa! Mal mal estou conseguindo levantar depois dessa grande bagunça que passei e, para piorar, sofro as consequências do reflexo da mesma em outros pontos de minha vida. Foi como um dominó, um derrubando o outro aleatoriamente, "estartando" tudo após o fim do relacionamento com o infeliz Husky e se arrastando para todo o resto da minha vida.

Mesmo pouco esperançoso e vendo tudo desabar francamente, ainda não desisti, muito dolorido tento manter a sanidade mental, a intelectualidade maciça e a integridade moral em franco funcionamento. Quem diria que tudo isto aconteceria? Seria armação do destino para realização de uma resiliência, ab-reação suprema? Ou um grande “tapa na cara” de Deus informando que estou completamente errado quanto ao sentido do mundo?

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ainda Em Chamas



Quando todos os meus desejos queimam às cinzas,
Eu poderia explodir um dia, os nomes seriam o que restaria,
Escritos em chamas.
É o seu olhar, que me deixa entorpecido,
Eles arremessam e viram, dormem e queimam.
Se não é tarde demais, Eu adoraria saber para onde ir...

Esta é a minha mentira...

Já ouvi o suficiente do “caminho”... é o fim...
Alguém inteligente disse “nada ainda”,
E caiu para fora através do orifício na parede,
Ainda em chamas.
Todos nós somos construídos sobre uma bola de poeira,
Onde os círculos começam... Onde os círculos começam
Se não é tarde demais, Eu adoraria saber para onde ir...

Esta é a minha mentira...

terça-feira, 19 de março de 2013

Resiliência do Ser



Há algum tempo não escrevo. Há algum tempo penso, sobrevivo, agora, vivo.

Depois da bagunça em que estive, agora com extrema resiliência, consigo olhar para trás e ver como tudo foi tão chocante, grosseiro, bruto a ponto de me levar a beira da loucura. Arrependo-me de ter suportado toda esta maldade por grande tempo e por ter desperdiçado meus esforços em vão, sabendo que não valiam a pena...

Posso dizer que hoje estou bastante ferido, mas consigo rir com meus amigos, novos amigos, colegas, pessoas que me envolvi com o grande interesse de desfrutar acompanhado da vida. Hoje consigo sair com todos para um bar, uma danceteria, uma festa contemporânea e me divertir como nunca. Mas basta eu ficar sozinho que volto a olhar para trás, hoje aceitando tudo que vivi, mas com um desconforto levemente desagradável.

Superei grande parte da minha maior decepção, enxerguei coisas que nunca vira a observar anteriormente, aceitei um fato que não achava que poderia aceitar. Passou... passou Husky Siberiano e seu lobo obscuro que veio a tona no pior momento, passou suas maldades, suas humilhações, seu aproveitamento da minha ingenuidade, sua ganância de me tomar tudo que adquiri, passou...

Às vezes, quando chego em casa, tento imaginar tudo como era antes, nossa casa, nossas coisas, mas não consigo, não vejo absolutamente nada, não consigo sentir o mesmo sentimento, a mesma sensação, apenas o que vejo é sua imagem grosseira, grosseira como o dia em que ele me fez de parvo malhado, ao convidar-me para ir buscar todas as minhas coisas em sua casa, e quando eu cheguei la vi meia dúzia de objetos em sua garagem e ele com o cabelo pintado, uma roupa esfarrapada e óculos escuros que mal transpunha seus malditos olhos. – Só isso te pertence, nem os presentes de sua mãe você leva. Some daqui logo se não quiser que eu acabe com você. – Simplesmente sai daquele lugar, apenas com minha dignidade que retomara depois de muita humilhação que ele me expôs.

Hoje sou forte, forte a ponto de erguer minha cabeça após ser feito de idiota, ser humilhado, sendo exposto ao franco ridículo.

Tento não guardar rancor, não guardo sentimentos bons, frases amistosas ou amor pelo que vivemos. Posso delatar aqui que simplesmente tudo foi jogado às cenas de repulsa que me proporcionou, transformando qualquer sentimento em apenas náuseas marcadas por sons medonhos de algo que não sai de minhas entranhas.
Infelizmente passei por tudo isto, felizmente superei tudo isto, mas hoje com uma visão extremamente distinta da vida, do amor e das verdadeiras atitudes que um homem precisa ter para realmente ser chamado de homem.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Em Meu Caminho Para o Céu


 
Enfim, acho que tudo agora passou, “acho” não, agora tudo realmente passou. Depois de um grande esforço e empenho de querer sair desta bagunça hedionda, consegui tirar isto de dentro de mim e transformar em algo qualquer que ficará guardado dentro de minha memória e me tornará mais forte.
Nesta grande jornada de sofrimento e decepção, em plena estrada seca e sem vida que caminhava, cruzei com o Mago Merlin, aquele que me trouxe para seu caminho e me guiou com grande louvor, amistosamente, com leves momentos de turbulência quase muito sutil. Seu caminho era lindo, nunca vi estrada com tantas flores e arvores frutíferas como a dele, mais parecia o paraíso. Embora houvesse algo por debaixo daquele solo que nos fizesse crepitar, leves terremotos, nada muito perceptível.
Ele me mostrou cada pedacinho de seu caminho, me ofertou os melhores e mais suculentos frutos que qualquer um gostaria de provar em vida. A cada sofrimento que eu tinha, cada vazio que surgia, cada dor que apertava o meu peito, ele me trazia uma de suas porções mágicas e filosofia esplendorosa que faziam com que estas angustias desaparecessem como num passe de mágica. Muito sábio e de extrema tolerância, sabia quase sempre o que dizia e como dizer, com pequenas exceções. Ele queria me ver feliz, queria forazmente que eu sobrevivesse àquelas tragédias que trouxera em meu caminho, mesmo que isto tudo causasse grande angustia nele.
Fiquei extremamente lisonjeado por ter cruzado seu caminho e conhecido pequena parte da sua longa estrada, mas quando me dei conta de tudo, vi que aquele não era o meu caminho, mas apenas o dele. Não que eu não merecesse tudo aquilo, mas tudo aquilo fora construído por ele, portanto o pertencia, não a mim.
Vendo ele apontar para longe na estrada e me mostrar o caminho o qual percorreríamos, fiquei a pensar... Não poderia ser tudo aquilo, não estava pronto para tudo aquilo. Sentia que não era o meu momento, não o momento para se tomar este tipo de decisão. Assim, mais uma vez, e desta “vez” curado, retornei ao meu caminho, de grama seca, brisa serena, asfalto firme e com grandes perspectivas de vida.
Cherish 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Não Mais É

 
Sem querer ser saudosista, e sob o feitiço da porção mágica administrada pelo Mago Merlin, não pude evitar sentir algo que ainda está camuflado em mim e que tenta vorazmente ser extirpado de meu peito, agora amargo de tantas decepções, mas crescente e progressivo de tanta esperança e perspectiva. Algo que transpõe qualquer vida e qualquer mágoa...
Lembrei-me de tudo que vivi, de tudo que senti, de tudo que começou, de seu rosto, de sua carne, do seu “cheirinho” em meu pescoço, das suas falas acolhedoras, do seu abraçar, das suas palavras forjadas, de seus sentimentos equivocados que mesmo assim, ainda, me faziam feliz. De seu toque, da sua “verdade”, da minha ingenuidade, felicidade, satisfação, “amistosidade” temporária, amargura. Achei que fosse realmente uma exceção, estava no caminho de acreditar nisto, sonhei em acreditar em tudo isto mas vi que não passava de um sonho meu. Agora achei o meu caminho em que acreditar...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Entre a Chuva e a Exaustão


Que saudade do Cara...
 
Depois de três semanas se tornarem um tabu diferenciado, enovelado entre outras milhões de farpas e coerências fundamentadas em absolutamente nada, digo, nada mais, resolvi sentar e escrever, escrever alguns sentimentos guardados em mim que não lembrara há algum tempo, acho que por estar sufocado pelo sentimento medíocre que eu tinha pelo Husky Siberiano. Sem espaço para viver, sofrer a perda do Homem que mais me fez feliz até hoje, sem cobranças, sem pressões e com uma sutileza extremamente singela...
 
Correndo hoje em pleno temporal em meio ao semi escuro de um lugar que para mim tornou-se extremamente familiar, lembrei-me do Cara, meu melhor e maior amigo, o Cara que mais me fez feliz nestes últimos 12 anos de vida. Aquele que me acompanhara em minha jornada de vida “árdua”, nos momentos de decepção, de felicidade, de angustias, de vitórias, sempre ao meu lado, mesmo eu não percebendo, ele estava lá, trazendo aquele incomensurável sorriso gostoso que iluminava todo meu caminho, me fazendo sentir alguém realmente amado.
 
Lembro de certa vez em que estávamos deitados em sua cama, em uma noite de verão com grandes estrelas a mostra no céu, após uma noite de vinhos refinados que ele me havia proporcionado, depois de assaltar a adega de seu requintado Pai. Permanecemos ali deitados escutando Oasis, ambos de roupas de baixo, envoltos por um lençol branco e suave. Deitei em seu braço que estava aberto, aguardando qualquer atitude minha, como uma ratoeira aguardando apenas um movimento favorável para abocanhar aquele rato que por ali passara. Olhei para ele, apenas apaixonado pelo meu melhor amigo, mas apaixonado não no sentido franco da palavra popularmente vulgarizado, mas apaixonado, encantado por ter um amigo tão franco em toda minha vida, um Cara que me queria de qualquer forma, sem pudor qualquer. Ele olhava para mim com uma face tão absurdamente estarrecida de tanto sentimento bom que havia dentro dele, referindo-se a mim, parecia que queria me abraçar, me dar todo carinho do mundo para me ver feliz.
 
- O que você faria se eu morresse, Thinker?
 
- Porque está falando isto? Somos tão novos para morrer! Não quero pensar nisto, não vai acontecer!  - Pensei um pouco, percebi algum interesse no ar e retornei a pergunta. - O que você faria se eu morresse?
 
- Eu iria junto com você. Não suportaria ver a pessoa que mais amo nesta vida partir sem mim, seria egoísmo demais, não só por sua parte, mas por Deus também, em lhe querer longe de mim e mais próximo dele.
 
Assustado com o que acabara de ouvir, duas lágrimas escorreram de meus olhos. Não sabia o que falar, mas sabia que nunca haviam falado isto comigo da forma que havia ouvido, com tanta sinceridade e sentimento embutido em uma só voz.
 
Às vezes me pego pensando no que seria melhor para mim hoje, ter acatado todo seu amor e vivido com ele o resto de minha vida de uma forma feliz, mas sem ter certeza de meus sentimentos, ou fiz a escolha certa, perder o Cara que hoje percebo ter mais amado como Homem, como um amigo, como um grande amor que não deixei aflorar com medo de estragar tudo, toda nossa amizade? Será que teríamos vivido felizes? Será que teríamos ido morar juntos? Vivido amistosamente, sem ofender um ao outro com palavras deploráveis como vivi há pouco?
 
Sinto hoje a dor da perda do meu amigo, pois, depois da grande enchente, me resta um grande rombo, maior que o Challenge Deep, quem sabe 2 vezes maior que ele... Não consigo esquecer tudo que passamos, nossos 12 amos de amizade, de amor, de felicidade, de choros consolados, de paz, de cumplicidade, de descobertas, mesmo as mal feitas, mas descobertas progressiva que nos enlaçava cada segundo mais, fazendo com que nos apertassem a ponto de não nos desgrudarmos mais, quem sabe se tornando apenas um...
 
E neste dia, após perceber meu retorno sobre o que havia me falado, ele afagou meu cabelo e disse o quanto me amava pelo que eu era, por tudo que havia feito com e por ele, por tê-lo tirado daquele mundo vicioso que todos gostavam de viver, a alienação soberana. Me acertou um beijo nos lábios sem eu ter tempo de qualquer reação. Apenas senti seus lábios contra o meu, em busca de realização, união entre duas pessoas a ponto de nunca mais se separarem. Compreendendo o sentido daquilo tudo, me senti feliz, feliz por perceber que ele sentia a necessidade de sermos apenas um, como eu sentia. Vendo-o sorrir pela minha reação de admiração, deitou dorsalmente e me convidou a deitar em seu peito, batendo levemente com a mão em seu peitoral. Apoiei minha cabeça ali e senti seu coração bater aceleradamente, sua respiração acelerar, seu corpo umedecer rapidamente, esboçando um leve suor nada desagradável. Era ele, o Fernando, meu amigo, deitado comigo por toda eternidade em meus pensamentos, mesmo sentindo nunca mais vê-lo, mas ainda esperando a oportunidade ingênua de encontrá-lo um dia na rua e rirmos de tudo isto, ou simplesmente acordar com ele ao meu lado no dia seguinte e rirmos de todo este pesadelo.