sexta-feira, 24 de junho de 2011

Marcelino TrocaTapa: À Mercê das Férias de Verão


Que engraçado, foi só eu ouvir esta música que me veio em mente o Marcelino TrocaTapa. Lembro exatamente como se tivesse acontecido ontem.

Foi no ano de 2003, véspera das “bem ditas” férias de verão, se não me engane na última semana de aula, estávamos sedentos um pelo outro, fazia quase duas semanas que não nos víamos, pois eu estava tendo provas do ensino médio e ele estudara para as provas semestrais de seu curso de Administração de Empresas. As coisas estavam se agravando, por telefone nos falávamos quase perdendo o fôlego um com o outro. Assim, resolvemos nos encontrarmos em sua casa, pois seus pais viajaram e somente retornariam no domingo à noite, e como as provas estavam a terminar, porque não um final de semana para descansarmos e curtir?

Arrumei minhas roupas e logo ele me pegou em casa. Aquela seria a primeira vez que iria à casa dele.

Chegando lá, tivemos a paciência de conversar e “fazermos” o jantar. Desde quando o conheci, sabia que sua prenda na cozinha, no máximo, seria uma lasanha de microondas, quer dizer, naquela época não era tão prático como hoje - Não que aquela época fosse uma época distante e provida de tecnologia tão inferior como nos anos 60. Estamos falando de 2003! Enfim, jantamos conforme “mandado o figurino” da época, algo pré fabricado e apenas esquentado, com pequenas partes queimadinhas, diga-se de passagem.

Logo estávamos interessados em outra coisa, sem muito pestanejar, fomos para o seu quarto no segundo andar da casa curtir um pouco de som e para eu conhecer o cômodo tão desejado em toda minha vida - Naquela época, você quis dizer, Mister Thinker! Quarto bonito, todo amadeirado com cortinas de seda e um closet enorme que dava inveja a qualquer rapaz daquela idade, sapatos que só para centopéias calçarem todos. Ele deitou na sua cama de casal e ficou olhando para mim, em pé, estático nos pés da cama. Logo me deitei e fiquei namorando-o. O TrocaTapa me tirava o fôlego sempre que me olhava daquela forma, daquela que não consigo descrever, não mais agora, pois perdi no tempo as palavras as quais eu sempre o dizia quando me observava.

Tínhamos um gosto musical muito parecido, adorávamos música antiga, quando ele ligou o som, surgiu a então a música que, se foi estratégica para me fisgar, conseguiu com êxito e louvor - A que está tocando agora.

Confesso que até o final da música já estávamos sem roupas e nos apertando com ardor. Sua pele branca enroscava-se em mim com uma intensidade calorosa, mais parecia a de um negro. Naquela época, friso, não muito distante - ...Risos... -, eu era um “Zé Mané”, um “Pedubó” que mal sabia o que era sexo oral, fiquei muito inseguro, não sabia o que fazer, mas logo não liguei para o que ele ia pensar e resolvi agir como eu realmente queria, baseado em algumas coletâneas que extraí de alguns daqueles filmes pervertidos, proibidos para menores de 18 anos - Que você, nesta idade já assistia, porque pegava do seu Pai escondido, até que ele descobriu!

No outro dia de manhã, acordei com uma faixa preta nos olhos e ele me chamando e alertando para não tirá-la do rosto. Vestiu-me, escovou meus dentes, penteou-me e desceu escadas abaixo comigo. Logo que tirei a faixa vi um magnífico café da manhã, achei que ele havia comprado metade da padaria para mim. Agradeci-o por tudo e logo sentamos para tomar nosso primeiro e último café juntos, pois, daí em diante nunca mais pudemos ter outro encontro esplendoroso como este em sua casa.

(Esta versão ficou muito bacana)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Meu Caro Irmão


- Ai ai, Mister Thinker...

Os dias passam rapidamente e as coisas acontecem numa espontaneidade, gigantesca, Cara. Ontem eu era seu irmão, amigo grande, gigante do peito que doía quando não me via. Era quem mais você considerava e jurava amar amistosamente sem qualquer troco ou acordo. Um digno irmão mais velho, você é para mim.

Lembra daquele dia em que nos conhecemos? Nunca imaginaria que fossemos futuros “irmãos”, amigos inseparáveis. Você sentado na mesa, lutando com aquele bife e prestando atenção em mim... E o filme que fomos ver depois do almoço quando me convidou desconfortavelmente para assistir? Rendeu-nos poucas e boas histórias e muitas risadas perdurantes...

Lembro exatamente do dia em que meu avô morreu e você fez questão de ir à cidadezinha de interior me ver, recorda-te? Mesmo não querendo aparecer para demonstrar condolências à minha família e minha mãe ver-te, você foi e ficou perto de mim naquela pracinha por curtas 2 horas que foram as melhores naqueles “Dias de Maria” que vivi. Com miseras palavras fez-me outro homem naquele dia, abaixo daquele por do Sol que nunca pude esquecer, apertou minha mão e com um forte abraço entoou “Tudo Passa, Thinker. Você vai ver.”

Saudade gigante que rasga meu peito e expõe meu coração ao externo do mundo frio. Porque tem que ser assim? Vontade de correr à porta do seu prédio e gritar por você até aparecer e pedir desculpas pelo que me disse há dias atrás.

Cara, sei que não concorda com o que estou prestes a fazer, mas como um verdadeiro irmão, mesmo achando tudo isto incorreto, deve redimir-se e aceitar... Somos irmãos! Não há nada que nos separe, temos uma vida grandiosa pela frente e podemos vivê-la juntos! Como sempre foi! Sem orgulhos hediondos e receios ansiosos, não de um irmão, mas de um Pai presunçoso e pessimista.

Vou me casar categoricamente com a pessoa que amo, sim! E isso não quer dizer que vou lhe entregar ao vento para levá-lo sabe Deus onde...