sexta-feira, 24 de julho de 2009

O Juizado


Antigamente eu tinha uma galeria de “amigos”, a Kelly Osbourne (Ele parecia demais com ela, com aquela cara redonda), a Cafezinho (Porque ela usava uma calcinha com corações vermelhos parecidos com aquela marca famosa de café e por ela ser pequena e morena), Christina Aguilera (O apelido veio por ela ser fanática com a cantora e tentar ser parecida com ela), Dundinha (um conhecido nossa deu a ele esse nome por ser moreno (sem preconceitos!!!)), a Di do Audi (ela jurava de pés juntos que tinha um Audi...rs), dentre outros. Sempre saíamos muito juntos, éramos unha e carne, todos os dias, de segunda a segunda nos encontrávamos para divertirmos. Naquela época eu ainda fumara, então, era um maço de cigarros que ia rasgando meu pulmão por encontro.

Lembro que nesta época fomos para um antigo local chamado Puska. O lugar ficava ali no bairro Barro Preto perto do Fórum, era grande, cheio de luzes rosas e vermelhas por dentro, uma pista de dança grande e bar no primeiro piso, já no segundo havia várias mesas, uma sinuca e uma vista para o andar abaixo. Neste dia nós estávamos animados a jogar. Bola vai, bola vem, não sei o que me deu na cabeça, mas senti que tinha que olhar para o piso abaixo do nosso. Escorei na divisória e percorri com os olhos todos os lados, até que vi diversos homens de terno preto e um deles com uma flor gigante no bolso, olhou para mim e sem apavorar, mas com a face horrorizada corri em direção aos meninos e consegui soltar apenas uma palavra “Juizado”, todos empalideceram e quando eu olhei para traz estavam dois Barman’s nos pegando pelo braço e guiando-nos a descendo das escadas do fundo, enfim, nos abandonando dentro do estoque de bebidas. Não me concentrava naquele instante para ter uma boa idéia se nos achássemos, apenas imaginava eu, Thinker, menor de idade, que ainda não havia falado com meus pais sobre minha opção sexual, sendo levado dali e deixado em casa sob viatura da polícia ou pior, meus pais me buscando em na delegacia, ou algo do tipo, e o oficial explicando exatamente onde eu estava.

Não consegui ficar em pé, quase desfaleci ao ouvir passos de alguém se aproximando do estoque onde estávamos. Meu coração batia profundamente, a maçaneta rodou, destravou a porta, abriu e entra então um dos Barman’s pedido para sairmos já que “o Juizado” havia deixado o local. Respirei aliviado e ao mesmo tempo abraçamos o Barman que havia adiado mais uma vez a minha confissão à minha família sobre quem eu realmente sou.

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