domingo, 6 de junho de 2010

Duas Frases


Andava eu pela estrada, caminhava sozinho, depois de voltar de mais um dos caminhos avassaladores que me persuadiram, até que vi um lindo pássaro, penas claras, brilhantes, amistoso que só ele. Pousou no meu ombro, assoviou e encostou seu bico em meu pescoço. Quando percebi, ele levantou vôo e foi em direção a uma estrada que cruzara meu caminho. Por um instante parei, olhei para os lados, não vi ninguém, nada que me prendesse naquele momento. Sem muito pestanejo, segui-o, afim de cativá-lo.

No início ele sempre mantinha contato comigo, embora voasse alto, sempre descia para mostrar-se, quando não era para receber algumas migalhas que eu havia guardado no bolso. Com o tempo, percebi que seus vôos eram cada vez mais alto, a ponto de perdê-lo de vista, e cada vez menos ele chegava perto de mim. Já não tinha nem mais migalhas no bolso, todas haviam sido dadas àquele pássaro - O que será que eu fiz de errado? Será que era a falta de migalhas? Por isso ele não chegava mais perto de mim?

Comecei a tremer de frio, minhas pernas doíam, o Sol já havia me abandonado há milhas atrás, mal eu enxergava a ponta do meu nariz, devido a neblina que se instalava no caminho. E essas coisas que pinicavam meus pés? Eu não conseguia ver! O que eram? Onde estava o pássaro? Onde EU estava?

Realmente não sabia bem aonde ele me levara! Assim, parei à beira da estrada e aguardei, por um momento, à perseverança de um bom tempo para continuar a seguir o pássaro. Dias se passaram e nada de melhoras significativas, apenas a neblina que passara, então, denunciando o caminho. Eu assustei. A primeira coisa que observei foi o chão cheio de vidros temperados quebrados, muitos cacos em meus pés sangrantes, mexi meus dedos para provar sua mobilidade, embora doessem, ainda agüentavam mais umas milhas. Vi um caminho cinza, de grandes acidentes adiante e de insegurança, onde algumas pessoas estavam também sendo levadas! Abaixei minha cabeça para ignorar tudo isso e dar um passo, mas desisti, não queria aquele caminho, estava com frio, fome, machucado, sem mais nenhum incentivo, não era justo! Então, com algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto imundo, segui rumo ao caminho que havia abandonado há algum tempo atrás, pensando: 

“Não se pode segurar o vento, só se pode esperar que ele volte”

Sim, agora foi definitivo, terminei de uma vez por todas. Anteriormente - Há três posts atrás - no mesmo dia em que findamos, voltamos a namorar, mas agora não, tomei minha decisão e não quero mais isso. Já sofri o bastante! Sou um cara carente, amoroso, que pensa no futuro sim! Que não quer somente beijos e churumelas! Eu quero viver ao lado alguém que me ama! Nada de ficar pulando de galho em galho como um macaco louco, no cio!

O fotógrafo é um cara muito difícil de lidar, com uma personalidade borderline demais, frio igual a uma porta, talvez, por nunca ter gostado realmente de mim. Afastava-se muito e me deixava à deriva de tudo, segundo plano, namorado de férias, de feriado, de carência, de solidão, mas nunca o “Thinker, meu namorado de sempre”.

Acho que agora eu entendo algumas coisas que aconteceram em minha vida quando era mais novo, com meus dezoito anos de idade. Percebi que homens mais velhos não namoram caras mais novos, não que o Fotógrafo tivesse essa idade, mas ainda perdura com tal maturidade. Pessoas novas demais, infelizmente, não possuem muito aporte mental para encararem situações fortes, não tem desvelo para apurar sentimentos, muito menos sabem ao certo o que sentem, além de perdurarem um bom tempo naquela famosa fase perniciosa, cativa e torrencial de promiscuidade - Agradeço a Deus por nunca ter passado por essa fase! E sempre ter sido munido de bons pensamentos - Qual homem, bem decidido, maduro, vai querer este tipo de tormenta? Se afogar com uma pessoa desta?

Para se ter uma idéia disso, a algum tempo atrás, fui falar sobre meus valores/sentimentos e a partir do momento em que conceituei o significado de “amor” para mim, percebi que a conversa simplesmente se tornara retórica, apena eu falava. Daí em diante já sabia que as coisas não iriam progredir.

Assim, após quase três meses sem nos vermos, eu implorando para encontrarmos, me declarando de todas as formas, tentando um contato saudável que não era recíproco, resolvi, em apenas uma ligação frustrante, findar todo e qualquer laço que tínhamos. Acabar com o que nunca existiu, desistir do que nunca foi meu, do amor que nunca recebi.

Assim, “enterrei-o” naquela cidadezinha perversa, o cara que aprendeu a gostar de Jelly Gummi Bear comigo, que dizia que falar “te amo” demais era enjoativo e que delatava que a sua melhor noite de sexo foi à beira da represa de sua cidade com outro.

Somos completamente opostos, eu um peixe dentro d’água, preso por uma barreira obrigatória, ele um pássaro livre com espírito de aventureiro, alforriado de qualquer coração, que não exibiria o mesmo “brilho” preso dentro de uma gaiola.

“Um pássaro e um peixe podem se apaixonar, mas aonde eles iriam se amar?”

E por um raro momento, em toda a minha vida, eu quis ter asas.


Obs.: Não guardarei mágoas suas, não o terei como pernicioso ou o maldito cara que um dia cruzou minha vida. Hoje, com pensamentos mais apurado, graças a meu discernimento mental maduramente precoce, o terei como um exemplo, não de “como não se deve fazer”, mas de como agir perante algumas idiossincrasias, quase insuperáveis, alheias.

3 comentários:

Lezada.com disse...

lindo, triste e nescessário...

Anônimo disse...

Já q viramos gemeos siameses, compartilhamos as trilha sonora, e a frase sabiamente me ensinada por vc... lhe dedico meu poema favorito meu bravo Mr. Thinker:
Já chorei vendo fotos e ouvindo musica;
Já liguei só para ouvir uma voz;
Me apaixonei por um sorriso;
Já pensei que fosse morrer de saudade;
E tive medo de perder alguem especial... (e acabei perdendo)
Já pulei e gritei de tanta felicidade;
Já vivi de amor e fiz muitas juras eternas... "quebrei a cara muitas vezes!"
Já abracei para proteger;
Já dei risadas quando não podia;
Já fiz amigos eternos;
Amei e fui amado;
Mas tambem já fui rejeitado;
Fui amado e não amei...
Mas bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar
a vida com paixão, perder
com classe e vencer com ousadia,
pois o triunfo pertence a quem se atreve...
A vida é muita para ser
insignificante...
(Chaplin)

Anônimo disse...

Caro Thinker,

Já li esse post, mas n lia gora, somente necessito fala um pouco!

Estive pensando ha. tempos sobre uma linha de idéias que se ramificavam em três itens:
Amor
Fidelidade
Incompreensão...

Pesei tanto que não fui capaz de escrever nada sobre esses assuntos.

Mas vou tentar agora: O amor, muitos dizem que um dor que dói e não se sente que é uma flor roxa que nasce no coração do trouxa...
Mas o que é o amor?
E um sentimento, uma emoção ou algo somente imaginário?
Um sentimento, que nos leva a imaginar as mais belas frases p/ se escutar ou falar, uma emoção que queima em nosso peito fazendo suspirar sem saber o rela pq., ou simplesmente isso tudo criado por nossas poderosas mente que no final (se é que teve inicio) uma imaginação fértil, maravilhosa e frustrante que no fim percebemos que tido não passou de sonho, expectativa e ilusões que criamos.
Por este temos muito que pensar e refletir, pois ha. muito para fala.

Quanto à fidelidade!
O que é fidelidade, não somente no sentido de ser fiel a um relacionamento...?
EM que ponto nos torna fiel a alguém, ao trabalho, ao amigo, ao parente, ao cachorro ao nosso ser...
Qual o preço da fidelidade se é que pode ser paga? Esse dia vi uns filmes que me fz pensar sobre a fidelidade, filmes completamente emotivos!
Você nasce sozinho, pelado e amassado. Convive com pessoas que nasceram da mesma forma e escuta que você morrera sozinho. Mas durante sua vida curta ou longa, convive com diferente pessoa, em locais diferentes que por sua vez possam demostar fidelidade, mas qual fidelidade. A de te esperar, a de te abraçar, amar, acolher, te alimentar e por ai vai.
Mas te confesso não ha. fidelidade mais do que de um cachorro, que mesmo sendo irracionais, te da a maior demonstração de amor carinho e fidelidade em todos os momentos da sua curta vida com seu dono, quando vc esta triste, emotivo ele te fz compania, vc esta alegre a fim de gritar ele esta tb com você e pula e late e balança o rabo com você, mas pior é que isso um dia acaba e você tirar que ter outro e outro cachorro! Não um Hachiko em toda casa, nem esquina e por ai vai.

Quanto à incompreensão:
Já dizia o pequeno príncipe: A liguagem é uma fonte de mal entendidos...
Não ha. celular, MSN, e-mail, orkut, blogs, twitter e outros meios de comunicações que possibilite a comprrensao se suas palavras que uma boa prolongada e velha conversa entre duas ou mais pessoas.
Uma das situações mais desagradáveis é s de ser incompreendido, você fala e fala, todos te escutam, todos te acusam, todos de aceitam, todos respondem, mas muito e muito não te entende. Você quer demostar, questionar, retribuir, responder, afirmar, brigar, ou simplesmente fala um aham, e você diz com toda a letra, que formam silaba, gerando fonema, que gera palavras, que forma frases, que cria monólogos, diálogos e prosas que no final disso tudo gera uma grande incompreensão, que gera novamente tudo de novo para chegar ao fim de um desentendimento geral e incompreensão (ou incompreensão?) tudo volta ao ponto de partida ou para os mesmos caminhos ou para um caminho novo, formando assim um ciclo infinito.

Esses três pontos podem ser estendidos distintamente formando assim três linhas na qual você pode fazer uma tranca inacabável...

Ass. eu...