quinta-feira, 3 de junho de 2010

A Primeira Vez


Lembro-me exatamente como se fosse ontem, do dia em que perdi minha virgindade com um homem. Estávamos em uma das loucas e exacerbadas festas na Mansão do Giò. Eu já namorava o Marcelino TrocaTapa havia quatro meses e nunca tínhamos nos tocado “daquela” forma.

Nosso namoro era parecido com aqueles entre homem e mulher dos anos 40, onde mantinham uma integridade moral e respeitavam um ao outro perante qualquer situação - Pelo menos foi assim no início, no primeiro ano de nosso relacionamento. Trocávamos bilhetes de amor, poesias e confissões memoráveis de paixão. Eu o tinha como nunca terei ninguém, era um amor tão grande e intenso que me fazia arrepiar ao chegar perto dele e às vezes, literalmente, me fazia perder o fôlego. Éramos inocentes, ambos virgens, sem muito conhecimento sobre aquela vida que escolhemos e vivíamos naquele momento. Mas sabe? Tínhamos uma única certeza, que nos amávamos muito e que aquilo não era brincadeira.

A festa estava relativamente cheia de personalidades agradáveis, muita bebida, petiscos, música alta e luzes na danceteria que ofuscavam qualquer “olhar maior”. Eu dançava e dançava, até que vi chegando perto de mim o Marcelino que estava muito bonito, vibrei ao vê-lo daquela forma, trajava uma blusa de malha azul marinho, calça preta larga, sua pele estava bem clara, barba por fazer, cabelo curto, negro e estrategicamente espetado, estendeu um sorriso enorme para mim e nos beijamos. Curtimos boa parte da noite junto ao pessoal da casa, porém, percebi que ele estava com um sentimento diferente e não poderia ser demonstrado ali, então, fomos para um dos quartos da casa.

Neste dia, enfim, conheci seu corpo e, definitivamente, não sabia o quão perfeito ele era - Vamos dar uma ênfase aqui no verbo “era”. Ele acabara de completar seus dezoito anos - Eu, ainda menor de idade -, seu corpo era másculo, forte, pálido como a reação da brisa gélida em nossos rostos nos tempos de inverno rigoroso, pelos pelo corpo inseridos um a um e dispostamente arrojados que faziam uma sintonia fantástica com sua cor, seu tórax era forte e grande, pernas grossas, firmes, que nos momentos de prazer apertavam as minhas proporcionando dor. Apagamos as luzes e continuamos a nos beijar, nos acariciar, até que “tudo” aconteceu, “tudo” que aqui não relatarei, pois o post perderia seu sentido, deixando sua sutileza singela, tornando-se um conto erótico grotesco, quem sabe.

Ao terminarmos, confesso que fiquei com medo, era a decisão definitiva da minha vida, eu era realmente homossexual, havia feito amor com um homem, o homem que eu amava. Fiquei estarrecido, tremi de medo, pois a decisão era muito forte e madura demais para minha idade na época.

Sem muitas palavras, apenas pensamentos e atitudes significativas, permanecemos ali deitados, abraçados. Terminando, assim, aquela noite com um leve som de um rouxinol cantando em um de meus ouvidos “Te Amo”.

2 comentários:

Doug disse...

Lindo Post!!!

Desejo a todos que queiram perder sua virgindade seja assim mesmo, pois marca a vida de qualquer um... como a minha...

@.@

Clarisse disse...

e o que foi feito dele??nunca mais vi...