Após a reviravolta em minha vida,
a trabalho, fui para São Paulo, novamente. Provo que foi um dos melhores
momentos reflexivos, proveitosos e, definitivamente, revigorante, embora noites
mal dormidas devido a gritos estrondosos de fãs de uma banda de garotos
americanos que estava hospedada no Hotel. Em meio a gritos alheios, olhares
deliciosos e caprichos fogosos, apenas de terceiros, instituí as minhas
regras/mandamentos para nortear minha mansa e solitária vida. Foram os “14 Interesses
de Mister Thinker”, que aqui, neste post, ainda não os citarei, esperarei algum
momento mais propício para isto, agora, pretendo discernir sobre algo
diferenciado, sair sozinho.
Em meio a muitos carros e pessoas
bonitas, resolvi sair em Sampa para ver o movimento e minha performance. Nunca
havia feito isto antes desta forma, mas acho que serve de experiência para mim
mesmo em outros momentos em que o meio não esteja propício a amizades.
Ansioso, sem saber o que fazer,
entrei na internet e encontrei um lugar ali perto mesmo do Hotel e pesquisei
sua procedência, se haviam meios versáteis de transporte e se o local era
perigoso ou não. Com resultado positivo, sai, comprei roupas novas, voltei e me
arrumei ligeiramente. Pronto! Arrumado, peguei um taxi e fui para um bar ao
lado do local em que mais tarde entraria, era algo chamado de “aquecimento”.
Confesso ter observado muita
gente bonita, definitivamente a noitada Paulista é de encher os olhos, mas, me
concentrando no meu papel de solitário, logo desci do taxi e fui em meio àquele
lugar, tentando me adequar e ter a certeza de que não seria rejeitado. A
primeiro momento, vestido como um “lenhador” de calças caras, diga-se de
passagem, fui bastante elogiado, e sem parar continuei a me inserir no local e
a beira do balcão solicitei uma cerveja, pois, o primeiro passo da integração
solitária a um lugar abarrotado de pessoas é o líquido universal da
socialização, a cerveja. Após alguns goles e me sustentando plenamente na
cerveja, me senti a vontade para “bicar” e interagir com o meio. Em meio àquela
multidão, haviam pessoas que se interessaram por mim, me olhavam descaradamente
de forma a me deixar ruborizado e sem armas para me conter, já que a melhor
defesa são os amigos, uma vez que se está com eles, simplesmente entramos em um
assunto qualquer de interesse de ambos e deixamos o resto do ambiente anulados.
Mas não, não tinha nada além da bebida e um telefone à mercê do abandono por eu
deixar de dar a devida carga na bateria. Assim, recorri a Afrodite em Belo Horizonte,
mas não durou muito, a bateria se perdeu em meio ao nosso assunto e logo engoli
o restante da bebida e corri ao balcão.
- Que chato, sem amigos, sem um
ser humano para verborragiar, até então.
Ao entrar novamente ao bar
observei que um rapaz persistira em olhar-me, particularmente, ao visualizá-lo,
mantive o rosto amistoso para conversas amigas, mas logo vi em seus olhos que
estava interessado em algo muito além do permitido por mim naquele momento. Continuei
a beber e percebi a perseguição insistente, o solitário rapaz me lembrara o
irmão magnífico do Marcelino Troca Tapas. Ele também estava lá, só, encostado
em sua bebida e pregado em seu celular, precavido a qualquer situação constrangedora.
Seria esta uma arma aliada para nós?
Engraçado, a cada perda de
olhares, mudanças de locais, ficávamos com os olhares desesperados a procura um
do outro, momento em que eu ria de ingenuidade... – ai ai ai... – Não demorou
muito para eu ir ao banheiro e logo retornar acompanhado por um senhor
magnífico, de olhos claros e um excelente assunto que me prendia a cada palavra
– ...quanto digo acompanhado, quero dizer em comum conversa, apenas. Após
diversos assuntos hipnotizantes e, definitivamente admiráveis, lembrei que
deixara de lado o rapaz que por ali nem mais pairava, já que nada mais o
prendia no bar – Será que fui pretensioso agora?. Assim, resolvi entrar para a
danceteria e, quem sabe, o encontrar.
O lugar, definitivamente, era
interessante, pessoas bonitas, muitos caras sozinhos iguais a mim, alguns,
desesperados, se jogavam aos meus sapatos, até então engraxados e negros
brilhantes. Confesso não ter encontrado mais o papo interessante que havia
deixado la fora com o senhor ou o cara que me fazia rir com seus olhares
desesperados a minha procura, quando perdia-me na multidão do bar la fora.
Encontrei foram homens que queriam me mostrar riquezas, pois, algo melhor que
isso não tinham para me oferecer. Um deles, o Super Homem de capa vermelha, me
estendeu o tapete e disse palavras maravilhosas que qualquer ser gostaria de
ouvir, mas ao perceber que não acreditara em nada, apelou para seu poder
aquisitivo, casa em Miami, apartamento em Sampa, cargo judicial, família poderosa
e afins... Comecei a rir ao perceber na desgraça em que o Super Homem caíra em
meus pensamentos e simplesmente o abandonei em seu voo errôneo sobre mim e sua
exorbitante anedota mundana que serviria para milhões de garotos de programa e
interessados em muita grana.
Na expectativa de ainda ver o
rapaz, paguei a conta e fui para o lado de fora do local, mas nada de ninguém,
apenas uns “gatos pingados” que se mantinham insanos devido ao álcool. Fui para
o Hotel e imergi na banheira, queria tirar aquele cheiro do corpo, aquele
sentimento do rosto e o desgosto do gosto seco do encosto.
3 comentários:
Segue Mr. Thinker em sua redoma cheia de futricas e badulaques, em um mundo que só ele existe, atrás de algo? Felicidade? Homens? Status? Será que ele sabe? Quando essa redoma se quebrará? Um amor? Talvez, será que Mr. Thinker já amou? Ou brincou de ser dono do outro? Decepções? rancores? Quem é esse Mr. Pensador? Me parece alguém que quer ser feliz e que tem tudo para isso, mas simplesmente ignora a simplicidade das coisas e das pessoas. Não tente passar por cima do que aconteceu, são fatos que fazem parte da vida do ser humano, bons, ruins? São nossa historia, supere-os! Sinta e siga.
^ Nuuuuuss! Como dizem, é simples ser feliz, difícil é ser tão simples.
Espero que todas essas postagens sejam somente alegorias e que, na vida real, esse maniqueísmo não esteja tão presente. Não consigo imaginar alguém com mais de 20 anos tendo uma visão tão unilateral e egocêntrica sobre relacionamento amoroso.
Boa sorte. Felicidades. :)
Receio ter me atrasado... Mas... como tinha dito antes; temos as "sementes de recomeço". E quanto a Sampa, por vários motivos quanto mais conheço mais me desagrada. Mas sei que lhe agrada a penúltima lembrança!
Um grande abraço, muito juízo, vê se arruma um tempo para akbar com seu figado e lembre-se "(...)da uma risadinha". ;oD
LEZADA.COM
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