quinta-feira, 15 de julho de 2010

Meu Caminho


Durante a semana seguinte à ab-reação pitoresca, eu já havia retornado ao meu caminho, onde o Sol começava a brilhar novamente no horizonte, as folhas estavam mais verdes que na vida real, onde eu me sentia mais seguro que em qualquer lugar do mundo. Fiquei mais feliz ao sentir o ar um pouco mais quente, a brisa relativamente fresca em minha pele, os meus machucados nos pés menos latejantes e cicatrizando a cada passo dado.

Achei que havia tomado a decisão certa em largar aquele pássaro seguindo seu estúpido caminho.

Mantive-me ocupado durante boa parte do meu trajeto, pelo menos fisicamente porque minha mente não estava ali, definitivamente não parava de pensar no pássaro, por maior que tenha sido a sua ausência durante o nosso percurso juntos, eu sentia falta dele. Sua forma de escorar-se em meu ombro, seus assovios, seus vôos ao meu redor, sua forma de me fazer sorrir. Acho que não queria ficar sem ele.

Não demorou muito até que outros pássaros, já conhecidos, viessem voar ao meu redor, procurando algum alimento. Por um curto prazo de tempo pensei em deixá-los me seguir, quem sabe em meu ombro? Mas logo desisti e espantei todos os lindos quatro passarinhos para longe, não valiam a pena.

Passados mais alguns poucos dias, por volta do alvorecer, o pássaro surge em meio às nuvens e desce rapidamente, pousando em meu ombro. Parecia ofegante, se é que pássaros ofegam, olhou para mim, que assustado parei e enigmaticamente o encarei. Senti que ele queria falar algo, mas como seu vocabulário era outro, apenas através do assovio ele poderia se expressar. Já sabendo o que ele queria, resolvi levá-lo adiante, mas desta vez em meu caminho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo!!! e poético... Arrazou mister Thinker!!!!! =o*
Ass:lezada.com