quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Dublador


Conheci um cara a mais ou menos 4 anos atrás, o Dublador. Toda vez que nos víamos, acabava tudo em beijo, não tínhamos um relacionamento fixo, acho que era uma coisa casual, mas já um começo. Um dia, melhor, o dia em que viu que me apaixonei por ele, o mesmo me passou uma tremenda rasteira e caí no chão feio!

Bom, anos se passaram, nunca mais havia visto ele, até o maldito dia que eu resolvi sair com meus amigos, depois de um termino de namoro. Suponho que a partir daqui todos já sabem, quando se termina um namoro, mesmo que seja de uma forma tranqüila, geralmente estamos carentes, precisando de um ombro amigo para.... não sei, qualquer coisa, menos chorar. Eu estava da mesma forma, quase uma gelatina de tão mole por dentro... se arrependimento matasse.... Pois bem, fomos eu e mais dois amigos para um bar GLS. O lugar estava insuportavelmente cheio, mas tudo que eu queria ver eu conseguia, inclusive o Dublador que por sinal estava pessimamente acompanhado por um rapazinho extremamente novo e... como posso dizer um sinônimo de afeminado.... Andrógeno, não importa... Bebida vai, bebida vem... a maldita bebida! Sabe, tenho um defeito! Quando bebo demais eu fico muito fácil, é triste! Mas nunca fiz burradas não! Enfim, depois que bebi um pouco além, sem querer, esbarrei no Dublador que estava sozinho e logo estendeu aquele sorriso me puxando para um canto, até então, com intuito de conversarmos. Maldita hora! Ganhei somente elogios e carinhos absurdamente inacreditáveis!!! (Pelo menos vindo dele, pois, o mesmo nunca foi assim, sempre uma fortaleza) Eu, pobre carente e cheio de esperanças caí na dele. Nos beijamos muito. Juro que no dia seguinte minha boca estava dolorida.

Antes de irmos embora daquele lugar, ele disse para mim que queria um cara para namorar, que eu era esse, que eu estava diferente... bla bla bla, tudo que eu carentemente precisava ouvir. Ele até me chamou para passar o fim de semana em sua casa, deitados abraçadinhos, sem ninguém para incomodar. O que eu falei? SIM! Para TUDO, sem exceção, do que ele disse, inocentemente falei...

Acordei no outro dia na casa dele, que coincidentemente era perto da casa da minha mãe. A ressaca era a menor de todas as preocupações, porque quando aceitei ir para lá, acabei abrindo mão de um congresso de psiquiatria que estava participando.

Enfim, para encurtar a história, passei um fim de semana excelente, com direito a tudo que eu queria naquele momento e durante um bom tempo da minha vida. Ele me deixou em casa no domingo de manhã, porque teria que viajar logo à tarde a trabalho. Durante a semana nos falamos duas vezes, e nestas conversas me disse que queria me encontrar no fim de semana seguinte e tudo mais, ou seja, até o momento, achei que tudo estava bem, achei. Quando chegou no dia de voltar, tentei falar com ele que malditamente estava com o celular desligado. Tentei aquelas tecnologias inúteis como MSN, Orkut, mas quando a pessoa não quer falar com você, não tem como insistir. Por um momento, eu havia achado que ele estava estirado no meio da estrada (muito dramático, mas pensei), porque até então, não sabia o que estava acontecendo. Uma hora o cara ta jurando amor eterno, no outro o telefone desligado?! Preocupei-me.

Como um espião nato, um hacker de internet (risos), acabei descobrindo dois dias depois que ele estava muito bem por sinal, presente aqui na cidade de Belo Horizonte, sorridentemente feliz, e eu aqui, preocupado com fantasias ridículas da minha cabeça... Aff, acho que ando lendo muito o “Terceiro Travesseiro”, que a propósito, não é um mal livro não... Meu deus! Que burrice, fui dar mais uma chance para o cara e olha o que ele fez?! Somente ilusão, pateticamente iludido fiquei sim! Em pouco tempo devido ao que ele me falou, não escrevi aqui nem a metade, mas sabe?! Minha vontade era ir à casa dele e dar umas palmadas em sua bunda (apenas palmadas), como se fosse a mãe punindo um filho pequeno e rebelde: – Eu já falei para você não fazer isso! Quem mandou! Vai apanhar até aprender a ser gente e respeitar os outros! Seu pentelho pirracento! – Mas a culpa também foi minha, não deveria ter bebido demais, nem ter sido tão fácil. Mas tudo já passou. Hoje, às vezes me deparo pensando em como uma pessoa pode agir desta forma, iludir e depois ter o prazer de ignorar.... Quem melhor poderia responder isso? Acho que só Jesus...

Nenhum comentário: