sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O Cantor de Ópera Que Tocava Piano


Coincidência ou não, na segunda-feira passada, logo após a minha postagem, eu assisti um pôr-do-sol igual ao que há muito não via, lindo mesmo. Era amarelo com nuvens gigantescas reluzentes, aos poucos quando se afastavam do sol se tornavam vermelhas intensas, logo ao lado destas surgiam nuvens cinza escuras irritadas anunciando que a pouco um forte dilúvio aconteceria e numa linha horizontal de um lado a outro da cidade o reflexo do sol ainda era amarelo forte, colocando um limite entre o céu e a terra. E eu lá do hospital admirando tudo isso, do lado de enfermos e funcionários distraídos com suas funções diárias. Tolos, talvez perdendo o melhor espetáculo do mundo... ou não (Quem sou eu para discutir, certo?). Refleti mais uma vez sobre minha vida e senti uma carência absurda que nem sei descrever. Porque disto? Porque sentir carência quando ficamos solteiros e sozinhos? Para que? É incontrolável! Ignore tudo.

Sobre os caras da minha vida? Hoje eu poderia falar do Marcelino Troca-Tapa, mas prefiro adiar pensamentos indesejáveis, portanto, dissertarei sobre o Cantor de Ópera.

Ele era alto, 1.86 m, na época completara 25 anos, branco, muito bonito, a voz também, adorava cantar ópera (risos), achava graça disso porque tinha momentos em que estávamos sozinhos e calados no apartamento dele e de repente soltava uma letra aguda de sua boca que fazia eu pular de susto. Ele também tocava piano e mais algumas coisas lá que nem me lembro mais, enfim, começamos a ter algo, que até hoje não sei nomear, depois que o Marcelino Troca-Tapa terminou comigo (em outra oportunidade conto tudo que aconteceu, mas no momento posso adiantar que ele passou muita raiva com o outro carinha por quem me largou), ele era muito gentil, cantava e tocava músicas para mim e tudo mais. Mas como nem tudo é um “mar de flores”, não demorou muito para eu descobrir que ele tinha outro, ou melhor, outros caras. E alguns meses depois descobriria que até seu “amigo” de apartamento era um deles!!! Ultrajante! Descobri através da internet, um dia em que eu resolvi entrar off-line em um programa de mensagens instantâneas, vi que no local em que colocava frases, estava apelativamente o telefone dele e umas palavras que quase imploravam para que alguém o ligasse. Ai, fiz o teste "tira teima” adicionando ele como uma pessoa desconhecida em outro login que me pertencia e o Cantor de Ópera caiu nessa... Foi um pseudo-choque, mas tudo bem.

No outro dia conversamos e ele confessou tudo e mais um pouco! Me pediu perdão (Claro que aceitei) e queria reatar nosso “relacionamento”, mas logo recusei. Então, nunca mais o vi. Não tenho raiva dele, pois foi cavalheiro de confessar tudo, simplesmente ignorei-o depois do fato ocorrido e desde então apenas guardo na memória o dia em que ele tocou piano para mim a luz de velas.

Wicked Little Town

Um comentário:

Anônimo disse...

Di jeito que vc falou sobre o por do sol parece que vc trabalha no LifeCenter, porque uma vez eu estava lá e vi um por do sol desses assim de ficar sem fala, apenas adimirava de tão lindo que foi. Sobre sua carência, somos pessoas bem diferentes viu. Me sinto em minha plenitude máxima estando sozinho... hehehe.É a coisa que mais gosto. Acho que sinto mais carência (quando sinto) quando vejo um casal ou coisa do tipo, mas passa quase que instantâneamente. E sobre esse cara ai que vc falou, que papelão dele hein! Mas acho que se fosse comigo iria estar apaixonado e nunca notaria essas coisas, do jeito que sou lerdo... ele parece ser perfeito pra mim.. hehehe, quer dizer, quase né? E como vc teve coragem de voltar com ele? Unbelievable! Mas uma cabça pensa diferente da outra né... fazer o que?