sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Rapaz Dos Ovos de Páscoa

Até eu abrir uma página no meu computador, não havia pensado em nada para postar, mas agora, neste exato momento em que escrevo, lembrei de uma pessoa que possivelmente nunca mais verei, talvez.... Ainda tenho alguma esperança, em algum lugar, mas tenho.

Eu tinha apenas 15 anos quando o vi pela única vez na vida, era véspera de páscoa e todos, inclusive ele, estavam com diversos ovos de páscoa na sacolas, nos vimos entre 16 e 17:30 hs. Lembro até da marca dos seus ovos de páscoa, a sua roupa, sua pequena cicatriz no queixo, sua barba por fazer, seu olhar...

Estávamos flertando um ao outro no ponto de ônibus, ele era mais velho (25 anos em média), bonito, branco, alto, cabelo bem rente ao couro cabeludo. Usava short xadrez e uma blusa, se não me engane branca. Talvez naquela época eu fosse imaturo, mas sabe quando surge aquele sentimento avassalador totalmente espontâneo, algo como (pode soar ridículo aqui, mas hoje sei que senti exatamente isso) “amor a primeira vista”, senti uma empatia, uma coisa muito estranha dentro de mim que cheguei a apertar os pés no chão para não ir até ele.

Quando meu ônibus chegou lamentei amargamente, mas me surpreendi quando ele entrou logo atrás de mim, sentei naqueles bancos que ficam a nível mais alto que os outros e ele ficou a uns 2 metros de distância, só que de frente para mim. Logo na minha frente havia uma mulher descendente de japonês que via umas fotos do aniversário de um garotinho com o olho puxado. Interagi vendo as fotos sem sua permissão, mas pouco depois fui interrompido por uma súbita e estranha sensação de que alguém me olhava, quando percebi era ele, o Rapaz dos Ovos de Páscoa. Logo desviei o olhar, mas sabe quando você olha ao seu redor e sempre para no mesmo ponto? Pois é, nós dois estávamos assim o tempo todo, chegamos a segurar risos, estava inevitável me concentrar em qualquer coisa, minha vontade era apenas de olhá-lo...

Depois de algum tempo, percebi que ele se entreteve com seu celular e percebi também que estava perto do meu ponto. Assim, fui ficando angustiado porque não sabia o que fazer, fiquei olhando para ele esperando alguma reação, mas nada, pensei em até descer no próximo ponto, mas naquele momento entendi que ele não queria nada (Burro Eu!!! Se eu soubesse que me arrependeria até o fim da vida, teria deixado os pontos passarem e desceria no final do Bus...rs ). Então, dei o sinal e nada dele olhar - maldito celular!!! Maldito!!! -. Desci e olhei a sua reação. Quando ele viu que eu desci, largou o celular de lado e deu sinal para descer, só que o motorista já havia dado a partida, assim, terminamos em olhares.... apenas.

Na época passei a pegar o ônibus no mesmo ponto todos os dias a fim de vê-lo novamente, cada pessoa que entrava eu achava que poderia ser ele, mas em vão.... nunca mais o vi. Fiquei muito triste na época, parecia que havia perdido alguma coisa, não sei o que, mas sabia que essa coisa me fazia falta...

Bom, depois desse pseudo-desabafo, nada mais coerente do que ver o link a seguir:

Um comentário:

Anônimo disse...

Situação complicada. Já passei mais ou menos por isso, mas sempre penso que as coisas nunca acontecem por acaso. As vezes acho bacana ter recordações assim, é tão nostáugico. É bom ficar lembrando depois, sentir as sensações do momento. Referente ao video, muito bacana, apesar de não ser meu estilo.