domingo, 3 de janeiro de 2010

Perniciosamente Acomodado



Pensei bastante hoje antes de postar o que vem logo a seguir, achei cedo demais para delatar isto, pois, nem todos temos maturidade o bastante para entendermos determinadas atitudes, mas ai refleti por outro lado: o blog é meu, a vida minha, os escritos de minha autoria, para que me privar de registrar as minhas coisas em meu blog? Assim, segue o post...

Conheci o Rapazinho por um lugar não muito agradável, mas de possibilidades, onde qualquer coisa aparece de qualquer forma e qualquer um é quem bem entender ser. Um lugar onde se pode ser perfeito, arrogante, supérfluo, promíscuo, legal, bonito, amador, fingido, quem sabe um abstrato sexual? Passei cerca de nove meses com o Rapazinho, nove pressionados meses de namoro, apenas. Realmente ele era um cara legal, atencioso, demasiadamente dado e dependente de sua mãe. Eu gostava dele... até determinado momento.

Possuía um dos maiores, e piores defeitos, considerados por mim: O Comodismo. Isso foi demonstrado gradativamente através de atitudes questionadas por um conhecido meu que me dizia estar errado tudo isso. Eu, não entendendo ao certo, deletei os questionamentos dele achando que eram maliciosos, infundados e futuramente me arrependi veementemente.

Tudo era eu quem tinha que pensar, agir, fazer acontecer, nunca era ele. Fiz de tudo para conter meu sentimento dentro de mim, mas por desconsideração da contraparte, tudo se desfez, se dissipou feito fumaça entre o ar, como água entre minhas mão. Fiquei absorto com uma conversa que tivemos uma vez, onde eu havia falado sobre os problemas e diferenças entre nós, aquele momento da verdade que existem entre casais, sabem? Pois bem, falei sobre seu comodismo, como o detestava de uma forma devastadora, e sabe o que ele disse? “-Little Thinker, eu sou assim mesmo, me acomodo “encima” dos outros, por isso meu ultimo relacionamento foi “por água abaixo””. Em um momento de estupor, tentei disfarçar a voz (porque a conversa foi por telefone), espairecer a cabeça e evitar indignações insolentes que, por um momento, pensei em soltar. Mas depois me questionei: “Que rapaz é este que sabe de seus problemas e não os resolve, mesmo sabendo que “deu no que deu” (Característica suprema do comodista)? Que fez seu pai, que Deus o tenha, revirar no caixão?”

Depois desta conversa deixei as coisas desleixarem de uma forma negativa. Já não tinha ânimo para encontrar ou conversar com ele. E para agravar tudo, criei involuntariamente em minha mente uma aversão de seu ser, assim, para mim seu hálito era fétido, sua boca a mais colérica de todas, seu rosto desfigurado, suas mãos um emaranhado de arames farpados enferrujados dilacerando cada coisa que tocava. Um verdadeiro ser leviano, repugnante, áspero, asqueroso, fétido e de insuportável presença.

Não agüentei muito tempo, assim terminei... Sem assuntos pendentes, confessei que não queria o machucar, embora eu tenha saído mancando, e desejei que ele nunca tivesse olhado para mim daquela forma.

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