sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bem-Vindo Ao Circo


Antes de ontem me lembrei de uma vez em que fui ao circo...

Assim que cheguei na porta, percebi que havia uma bilheteria, onde um gentil rapaz entregava os “convites”, ele também cuidadosamente nos revistava a procura de algum “doce” que poderíamos ser dado aos animais ali dentro (coisa que é proibido em circo, pois, pode acabar fazendo mal aos animais, além de chamar a atenção deles, deturpa sua apresentação). Assim que entrei, parei logo e fiquei a observar tudo, ali não tinha cheiro de pipoca, a música era realmente muito parecida com a de circo, o lugar era meio estranho, mas convidativo, era colorido, cheio de luzes serelepes a procura de um foco, havia na minha frente um tímido picadeiro, um enrustido local para a platéia assentar e assistir ao show. Engraçado... Também visualizei um segundo andar, mas circo não tem segundo andar! Deixei isto de lado e continue minha caminhada.

Surpreendentemente me deparei com os primeiros malabaristas, que de um lado para o outro faziam manobras para impressionar os outros, coitados, mesmo sem obter sucesso insistiam e rodopiavam no ar cada vez mais.

Pouco mais a frente estavam os macacos vestidos de gente. Eles pulavam, dançavam e seguravam copos como pessoas normais! Mas será que longe daquele picadeiro conseguiriam agir realmente como humanos? Acho que faziam aquilo apenas porque foram condicionados assim perante a sociedade, fora dali deveriam agir como animais que subiam nos galho e aceitavam suas ignorâncias. De repente um deles esbarrou no grupo de bailarinas que estavam à sua direita. Foi um reboliço, ela se revoltaram e fecharam os seus belos rostos para ele. Lastimável! Sem o que fazer ele gritou, comprovando assim minha tese (No fundo ainda tinham o instinto animal). Elas estavam furiosas, pois, seus movimentos graciosos, seus narizes empinados, sua roupa bem passada e suas poses nas pontas dos pés foram atrapalhadas por aquele maldito e insignificante macaco. Revoltadas, foram para o banheiro com um ar de superioridade ofensivo, eu, acompanhando tudo com o olhar, percebi que uma delas tirava um pequeno saquinho com um pó branco, levando até o nariz e repassava para as outras em comunhão. Será um antialérgico para conter a coriza destas damas perante o ar condicionado? Será um desentupidor de nariz devido ao excessivo e espesso muco que na cavidade nasal grudou e aquilo era a solução para o problema? Não sei, nem tive a curiosidade de perguntar, principalmente depois do olhar de desprezo que ganhei ao ser flagrado bisbilhotando o que ambas estavam fazendo. Saí depressa da vista delas. Acho que não gostaram muito de mim, mas também era de se esperar.

Fui mais para o lado dos mágicos que ali estavam fazendo magias, em vez de sumirem o coelho na cartola, sumiam eram copos e cigarros. Tentavam usufruir de seus dons psíquicos para hipnotizarem pessoas e obrigarem-nas a fazer coisas. Vendo que um olhava para mim naquele instante, logo escapei, não queria ser assistente de um deles, muito menos cobaia.

Pessoal, o circo não era grande, mas havia muitas figuras lá. Demorei e assustei quando vi, cheguei a ficar com medo (coisa que sempre tive) dos palhaços que me apareceram, ambos com o rosto pintado de várias cores e o nariz vermelho, tentando aparecer e arrancar risos obrigatórios dos nossos rostos, assim nos conquistando e quem sabe, eles, não passando a noite sozinhos. Eu? Corri a léguas, aquilo já me amedrontava demais.

Ufa! Minha noite apenas começara e tudo já estava bastante quente. Corri para o balcão onde vendiam aqueles refrescos coloridos naquelas máquinas que rodavam e rodavam, quase nos hipnotizando. Peguei o de morango, e devido à grande sede, despejei tudo na boca com vontade e só não deitei no chão gritei e chorei porque estava num circo e tudo ali era motivo para risos. Fui pego por uma dor de cabeça frustrante (a bebida era muito gelada e bebi rápido demais) e o gosto que aquilo tinha? Era álcool com groselha? Não sabia que aquilo tinha álcool, uma vez que estávamos em um circo, até então para mim tudo era inocente. Peguei aquela bebida estranha e fui para um lado do circo onde haviam mulheres barbadas e musculosas, elas pareciam agitadas, gesticulando fortemente e rindo, colocando a mão em seus tórax, mas sem peito. Que estranho! Na hora, pensei que era algum distúrbio hormonal e já ia entrar na roda para receitar algo que revertesse o caso, mas quando percebi, eram homens! Logo falei baixo - “Fraude!” –. Que absurdo, o circo estava me enganado!

Indignado, nem continuei naquele local, resolvi subir as escadas que davam em um segundo andar, que até então nunca havia visto em circo algum.


Obs.: Peço desculpas "Rafa", mas queria dramatizar um pouco meu post e usei a situação como atrativo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Particularmente, eu detesto circo, nunca vi graça e que me lembre fui apenas uma vez, mas do jeito que você retrata a cena, até consegui enxergar numa perspectiva diferente, me pareceu até atrativo, tirando os palhaços que pra mim são bizarros. E o pó branco hein? Me pareceia outra coisa.. hehehehe
E mais uma vez, ótima escolha de música, alem de combinar com o post é uma ótima canção, na verdade eu gosto desse cd todo né..e sou suspeito pra falar...

Desculpas aceitas, e te compreendo perfeitamente, acho que exagerei um pouquinho também... ou seja, estamos quites. E estive pensando, e acho que mais cedo ou mais tarde você vai acabar descobrindo quem eu sou pois como sempre vou acabar me denunciando.