sábado, 29 de novembro de 2008

A Praia


Acordei em um lugar nem um pouco familiar, estava deitado na areia de uma praia com um sol escaldante, sem humanos, além do Cara que estava deitado ao meu lado, chamando meu nome. Me tocara a fim de fazer cocegas e me ver sorrir, tentei identificá-lo, mas percebi que nunca o havia visto antes, parecia ser intimo meu, então, não querendo estragar tudo, acabei me divertindo com ele o dia todo. Não perguntei seu nome, onde morava, o que fazia ou do que gostava, naquele momento estavamos vivendo apenas a ocasião, não pensamos em mais nada. Corremos pela areia, bebemos alguns líquidos contidos em nossas frasqueiras estratégiamente cheias para durarem o dia todo, conversavamos sobre o dia lindo que presenciávamos, entramos no mar e nos abraçamos.

Quando o Sol começara a se esconder saiu de dentro das águas um estranho ser habitante do mar, ele se arrastava em nossa direção. Com medo do desconhecido, corremos, subimos um morro em frente à praia e chegamos em um campo gigantesco, com um gramado fabulosamente intacto, verde avermelhado, refletindo o Sol poente. Parei, não conseguia andar ou respirar, não queria perder nada do que estava vendo, sabia que nunca mais algo parecido iria acontecer. Por um momento fui tomado pelo sentimento de tristeza ao pensar nisto, mas o ignorei.

Recordei ao olhar o Sol sobre o Cara que estava ao meu lado, o Sol ardente, aquele lugar, tudo que acontecera durante o dia, então uma coisa muito boa tomou conta de mim, me deixou em paz, me fez sentir bem, mesmo que algo ruím estivesse atrás de nós não importava, ficamos alí parados, ele com a mão no meu ombro, atento ao horizonte, até que acordei no escuro, às 05:20 hs a.m. convicto de que teria que ir dar plantão em algum hospital mas com uma dúvida – “Porque não ouvira o som do alarme despertara?”- . Simplemente porque era sábado.

Spiked Heels

Nenhum comentário: